Meditava sobre a relevância do “trabalho” quando fui chocado com a definição trazida pelo Dicionário Etimológico: “A palavra trabalho vem do latim tripalium, termo formado pela junção dos elementos tri, que significa “três”, e palum, que quer dizer “madeira”.
Tripalium era o nome de um instrumento de tortura constituído de três estacas de madeira bastante afiadas e que era comum em tempos remotos na região europeia. Ou seja, originalmente, ao que parece, trabalho é uma forma de tortura ou castigo.
Contrariando a crença arraigada na sociedade, de geração para geração, de que trabalho é algo penoso, árduo, quase um castigo: “Ganharás o pão com o suor do teu rosto” (Genesis 3:19), trabalho, nada tem de atroz, sendo, tão somente, um conjunto de atividades realizadas, e o esforço feito por indivíduos, com o objetivo de atingir uma meta.
É a força realizadora de sonhos.
É o combustível que impulsiona o desenvolvimento das habilidades que, diuturnamente aferidas e aperfeiçoadas, culminam com inovações em todos os campos do viver humano.
Por fim, o trabalho faz com que o homem aprenda a melhor conviver com seus pares, respeitando as diferenças e suplantando o egocentrismo, não apenas na sociedade à qual se integra, mas, sim, e principalmente, em si mesmo, “pois o Reino de Deus já está dentro de vós.” (Lucas 17:21).
Neste toar, ratifica Myrian Mourão, Diretora e líder educadora na empresa Myrian Mourão Desenvolvimento Profissional: “As relações humanas com o trabalho mudarão quando exorcizarmos as crenças passadas de geração em geração, quando o conceito de AMAR o que faz não for apenas mais uma estratégia ou modismo de livros de administração para tornar as pessoas mais produtivas, incentivadas com palestras, treinamentos motivacionais ou teorias ocas” (fonte: administradores. com. br / artigos / ).
A palavra servir em hebraico é avodah, que encerra o sentido de trabalho laborioso. A clássica resposta judaica é que tefilá é isto: um trabalho para despertar o amor oculto dentro do coração até ser atingido um estado de união íntima com o divino.
Um elemento chave do seu relacionamento com o Criador é “servir a Ele de todo o coração”. (Por Tzvi Freeman. Fonte: pt . chabad . org /).
O Alcorão Sagrado, na Surata 6, "AL MÁIDA" (A MESA SERVIDA), Versículo 132, nos diz: “Para todos haverá graus concordantes com o que houverem feito.” Portanto, a importância de cada um está ligada a sua atividade.
A sociedade tem escalas conforme a atividade de cada um, esclarece o Profeta Mohammad (S.A.W): “Não me digas quem é o teu pai ou a tua mãe, mas me digas que trabalhos tu realizastes.”
O trabalho é a identidade do homem, cujos méritos o leva ao progresso e à evolução, como preceitua a Surata 24, "ANNUR" (A LUZ), Versículo 38: “Para que Allah os recompense melhor pelo que tiveram feito, acrescentando-lhes de Sua graça.” E acrescenta a Surata 37, Versículo 61: “Que trabalhem por isso, os que aspiram lográ-lo!” (fonte: Fundação Amigos do Slam).
Avicena (Abū ʿAlī al-Ḥusayn ibn ʿAbd Allāh ibn Sīnā), polímata persa, 980 d.c., Pai da Medicina, relata que o trabalho se divide em dois atos: primeiro – O fato de que posso realizá-lo; segundo – Em (prol de) que ou quem eu o realizei. (Fonte: Wikipédia).
Cumprindo seu mister, Albert Pike (Moral & Dogma), nos instrui:
"Que nenhum companheiro imagine que o trabalho dos humildes e sem influência não vale o feito.
Não há limite legal para as possíveis influências de uma boa ação ou uma palavra sábia ou um esforço generoso.
Nada é muito pequeno. Quem está aberto para a penetração profunda da natureza sabe disso. Embora, na verdade, nenhuma satisfação absoluta poderá ser concedida à filosofia, mais em circunscrever a causa do que em limitar o efeito, o homem de pensamento e de contemplação cai em êxtases insondáveis, tendo em vista todas as decomposições de forças resultantes na unidade.
Todos trabalham para todos."
William Preston (Illustrations of Masonry), define Maçonaria como: “um sistema regular de moralidade, concebido em uma tensão de interessantes alegorias, que desdobra suas belezas ao requerente sincero e trabalhador”.
A Maçonaria é uma oportunidade de trabalho voluntário, tendo nos maçons seus voluntários. Ser um voluntário é estudar o ritual, não apenas executando-o da melhor forma possível, mas principalmente o compreendendo.
É participar ativamente das reuniões, contribuindo com suas idéias e opiniões.
É se oferecer para ajudar nas diversas atividades em grupo, ou mesmo para realizar algumas atividades individuais dentro de suas competências, como ministrar uma palestra, criar um website, pintar uma parede ou trocar uma simples lâmpada.
É ter ciência de que, sendo um trabalho voluntário, você não depende dele para sua sobrevivência e sustento de sua família, devendo, portanto, ir para a Maçonaria e permanecer nela somente se estiver realmente interessado.
E cada vez que comparecer, faça valer à pena, porque apenas assistir e criticar não pode ser considerado trabalho voluntário… é necessário colaborar, esclarece Kennyo Ismail.
“O Maçom é o homem que aspira a perfeição; é aquele cujo guia é a ciência e cujo código é a atração universal: o amor.” (Fonte: BOLETIM OFICIAL DO GRANDE ORIENTE DO BRASIL. N.º 7, 14° Ano, Setembro de 1889, p. 132).
O trabalho do Maçom é cimentar o Amor, solidificando diuturnamente as colunas da Maçonaria Universal, pois como dizia Paulo, o Apóstolo, sem amor, nada se é. E nada se faz!
*Por Bruno Bezerra de Macedo – MM Grande Loja Maçônica do Estado do Ceará - GLMECE
Fonte: Grupo Memórias e Reflexões Maçônicas
Pub/Rimmôn
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