domingo, 30 de outubro de 2016

Grande Loja Maçônica do  Estado de São Paulo - Glesp

ATO Nº 060-2016/2019, de 25 DE OUTUBRO DE 2016

VINCULA A ASSOCIAÇÃO DE MÉDICOS MAÇONS – AMEM – BRASIL À GRANDE SECRETARIA DE ENTIDADES PARAMAÇÔNICAS

RONALDO FERNANDES, Sereníssimo Grão-Mestre da Grande Loja Maçônica do Estado de São Paulo, usando das atribuições que lhe são conferidas pela Legislação Maçônica,

CONSIDERANDO que a Associação de Médicos Maçons – Brasil – também denominada AMEM, é constituída essencialmente de Médicos Maçons de todo território nacional;

CONSIDERANDO que a AMEM-Brasil tem como objetivo:

- congregar a categoria no terreno científico, ético, social, econômico, cultural e maçônico para os serviços médicos em geral;

- contribuir para a elaboração da política de saúde e aperfeiçoamento do sistema médico assistencial do país e maçônico;

- promover e divulgar estudos e pesquisas ligados à Maçonaria, à saúde, à classe médica e aos médicos em geral;

- fomentar o ensino médico e maçônico entre seus associados;

- promover entre seus associados e coligados a ética, a paz, a cidadania, os direitos humanos, a democracia do livre arbítrio e de todos os valores maçônicos universais;

CONSIDERANDO a intenção de congregar todos os Maçons Regulares; e 

CONSIDERANDO aprovação das Comissões de Leis e Assuntos Gerais,

RESOLVE:

Art. 1º - Vincular a Associação de Médicos Maçons – AMEM à Grande Secretaria de Entidades Paramaçônicas;

Art. 2º - Nomear como Representante da Associação junto à GLESP o Resp.'. Ir.'. Alfredo Roberto Netto;

Art. 3º - Este Ato vigora a partir desta data.

A Grande Secretaria de Relações Interiores é incumbida do registro e divulgação deste Ato.

Dado e traçado no Grão-Mestrado da Grande Loja Maçônica do Estado de São Paulo, aos 25 (vinte e cinco) dias do mês de outubro de 2016 E.'.  V.'.

RONALDO FERNANDES  Grão-Mestre ROBERTO PEREIRA PINTO Gr.'. Sec.'. RRel.'. IInt.'.

AS QUALIDADES PARA A INICIACÄO

As qualidades do profano para o ingresso devem levar em conta, as condições morais e a sabedoria, no que diz respeito ao sentimento profundo e altruísta, com relação ao procedimento legitimo de respeito e apreço aos semelhantes.

Em recente evento, na cidade de Campina Grande-PB, ouvíamos falatório de profanos, alusivos a nossa Sublime Ordem, da decadência que atravessava a Instituição, em função do grande número de irmãos iniciados em nossos Augustos Mistérios e, atualmente, se declaravam ex-maçons, e, para confirmarem, era bastante realizarem umas pesquisas com os ex-maçons e indagarem os motivos que os levaram a abandonarem a Ordem Maçônica.

Dentre os motivos alocados afirmaram a falta de cultura dos maçons, a falta de força moral dos que a dirigem, a realidade de que a maçonaria é um simples clube de serviço e entretenimento, além do que a bandeira que defendia na antiguidade, tais como, liberdade, igualdade e fraternidade, está fora de época, ultrapassada, sem serventia para os nossos dias.

Assim, após presenciar tantos disparates e arrogância, filhas legitimas da ignorância, respeitosamente, pedi licença e solicitei a palavra para expressar a verdade sobre o significado da filosofia maçônica, tão tragicamente e covardemente agredida, começando pelos seguintes pontos:

1 - Embora todos os candidatos a iniciação sejam honrados e justos, não perseveram na luta intima de combate aos vícios e as paixões e fogem para continuarem com os vícios e paixões nos seus corações.

2 - A finalidade primeira da Ordem é melhorar os que lá se matricularam em seres humanos mais dignos e honrados, através de boas ações e de estudos edificantes, para poderem contribuírem com futuro melhor para toda a humanidade.

3 - Salvo as exceções, a grande maioria dos que abandonam a Maçonaria o fazem por fraqueza intima, não conseguem suportar a qualidade de vida que lhe é orientada para construir um homem de ideal, humilde, honesto em todos os aspectos, tanto no profissional, no familiar, no cidadão e perante o que seja bom, belo e justo, no mais fiel entendimento de uma estrita moral.

4 - Percebemos que ao saírem da Maçonaria não aprenderam a dominar as más paixões e, consequentemente, não realizaram nenhum progresso na Maçonaria.

5 - Ao ingressarmos buscamos, verdadeiramente, o verdadeiro maçom, olhar para a Luz, para o Alto, para o GADU, ao contrário, em atitude exatamente oposta o incauto se compraz em continuar alimentando o seu orgulho em olhando para baixo, persistindo alimentar os vícios e as paixões que o animalizam.

6 - Todo verdadeiro maçom tem - a língua de boa reputação -, ou seja, apresenta um som espiritual de evolução, cujo proceder identificamos em qual degrau da escada evolutiva nos encontramos, falamos e exemplificamos aquilo que sai da boca em consonância com o nosso coração.

7 - O bem está em alta, sendo o bem a moeda corrente de nossa INSTITUIÇÃO, em hipótese alguma, está decadente. Ao contrário, decadente esta o mal que é de responsabilidade dos macons extirpá-lo da face da Terra, a fim de cumprir o seu o objetivo maior que é o de tornar feliz a humanidade.

8 - Não obstante, serve de alerta para todos nós maçons, que, peremptoriamente, inadvertidamente, muitas vezes, nos descuidamos de beber da fonte fecunda de nossa Respeitável Ordem.

9 - Percebe-se que a ignorância anda solta a todo vapor. Prudência e cautela nos competem assumir.

Finalizando, quando Buda foi indagado por um discípulo para que resumisse todos os seus ensinamentos. Depois de pensar um momento, respondeu: cessa de praticar o mal;

Aprende a praticar o bem;

Limpa teu coração;

Tal é a religião dos Budas.

Nós somos um só.

A TODOS TFA

Texto: Walter Sarmento de Sá Filho Fonte: Grupo Memórias e Reflexões Maçõnicas

ESTRELA BRILHANTE, RUTILANTE, FLAMEJANTE OU FLAMÍGERA?

Fonte: Simbologia Maçônica dos Painéis
Antes de tudo, devemos lembrar que essa Estrela é um símbolo distintivo do Companheiro, o qual está expresso na fórmula de reconhecimento do Grau, razão pela qual entendemos que não deva ser estudada no Grau de Aprendiz. Aliás, consoante este entendimento, nos Rituais do GOB.’., a Estrela foi substituída pela Corda de 81 Nós no rol dos Ornamentos da Loja de Aprendiz. Portanto, aqui, nos limitaremos a etimologia dos termos que adjetivam essa Estrela.

No Emulation Ritual inglês, o símbolo é denominado Blazing Star e o Irm.’. Sadler quando traduziu o Ritual para o português em 1920 para o Rito de York do GOB.’., usou o adjetivo BRILHANTE. Já o tradutor para o espanhol preferiu o adjetivo RUTILANTE.

Destaque-se que nesse Rito, a Estrela não tem a mesma importância e significado dos demais Ritos, não havendo, inclusive, a mesma fórmula de reconhecimento do Grau.

O Rito Adonhiramita também denomina a Estrela como sendo RUTILANTE.

O REAA.’. da Grande Loja Maçônica do Estado do Rio de Janeiro (confederada à CMSB) utiliza o termo FLAMEJANTE.

O Rito Brasileiro e o REAA.’. do Grande Oriente Independente do Estado do Rio de Janeiro (confederada à COMAB) adjetivam a Estrela ora como FLAMEJANTE ora como FLAMÍGERA.

O Rito Moderno ou Francês e o REAA.’. do GOB.’. (neste caso desde a introdução do Rito no Brasil no século XIX) usam o adjetivo FLAMÍGERA.

Portanto, as Potências e Ritos utilizam quatro diferentes adjetivos para a Estela: Brilhante, Rutilante, Flamejante e Flamígera. Conquanto a Verdade seja algo tão complexo que seria temerário alguém se julgar seu detentor, como livre-pensador, não podemos nos furtar a apresentar nossa opinião a respeito do adjetivo mais adequado, com base nos seguintes argumentos:

BRILHANTE: Como é comum que toda e qualquer estrela brilhe, cintile, chamar-se a Estela, que não é uma Estrela qualquer, de BRILHANTE, é muito pouco!

RUTILANTE: Significa muito brilhante, resplandecente, esplendoroso. Embora seja um adjetivo melhor que simplesmente Brilhante, ainda é pouco!

FLAMEJANTE: Vem do latim Flammantis, que significa “que expele chamas”. 

FLAMÍGERA: Vem do latim Flamigerus, que significa “que gera chamas”.

Pois bem, as estrelas em geral, tal como o Sol – que também é uma estrela, de quarta grandeza – e ao contrário da Espada Flamejante, não se limitam a “expelir chamas”, são fontes “geradoras de chamas”, de energia, de vida em nosso planeta. Concluímos, portanto, que o nome mais adequado para o símbolo é ESTRELA FLAMÍGERA.

Excertos do Livro Simbologia Maçônica dos Painéis: Lojas de Aprendiz, Companheiro e Mestre.
Grupo Memórias e Reflexões Maçônicas

MAÇONS - QUE GENTE É ESSA?

Que gente é essa? É gente de conteúdo interno que transcende a compreensão medíocre, simplória.

É gente que tem idealismo na alma e no coração, que traz nos olhos a luz do amanhecer e a serenidade do ocaso.

Tem os dois pés no chão da realidade.

É gente que ri, chora, se emociona com uma simples carta,um telefonema, uma canção suave, um bom filme, um bom livro, um gesto de carinho, um abraço, um afago.

É gente que ama e curte saudades, gosta de amigos, cultiva flores, ama os animais, admira paisagens, escuta o som dos ventos.

É gente que tem tempo para sorrir bondade, semear perdão, repartir ternura, compartilhar vivências e dar espaço para as emoções dentro de si.

É gente que gosta de fazer as coisas que gosta, sem fugir de compromissos difíceis e inadiáveis, por mais desgastantes que sejam.

Gente que semeia, colhe, orienta, se entende, aconselha, busca a verdade e quer sempre aprender, mesmo que seja de uma criança, de um pobre, de um analfabeto.

É gente muito estranha os Maçons.

Gente de coração desarmado, sem ódio, sem preconceitos baratos ou picuinhas.

Gente que fala com plantas e bichos, dança na chuva e alegra-se com o sol.

Eh!! Gente estranha esses Maçons.

Falam de amor com os olhos iluminados como par de lua cheia.

Gente que erra e reconhece.

Gente que ao cair, se levanta, com a mesma energia das grandes marés, que vão e voltam.

Apanha e assimila os golpes, tirando lições dos erros e fazendo redentores suas lágrimas e sofrimentos.

Amam como missão sagrada e distribuem amor com a mesma serenidade que distribuem pão.

Coragem é sinônimo de vida, seguem em busca dos seus sonhos, independentes das agruras do caminho.

Essa gente, vê o passado como referencial, o presente como luz e o futuro como meta.

São estranhos os Maçons!

Cultuam e estudam as Sagradas Tradições como formas de perpetuar as leis que regem o Universo, passam de geração para geração a fonte renovadora da sabedoria milenar.

São fortes e valentes, e ao mesmo tempo humildes e serenos.

Com a mesma habilidade que manuseiam livros codificados de sabedoria, o fazem com panelas e artefatos.

São aventureiros e ao mesmo tempo criam raízes, inventam o que precisa ser inventado. Criam raízes, inventam suas próprias histórias.

Falam de generosidade em exercício constante. Ajudam os necessitados com sigilo e discrição.

Conduzem a prática desinteressada e oculta da caridade e do amor ao próximo.

Interessante essa gente, esses Maçons.

Obrigam-se nas tarefas, de estudar a Arte Real, de evoluir, de amar e dividir.

Partilham da mesa do rei e de um amigo montanhês com mesmo sorriso enigmático de prazer e sabedoria que iluminava a face de seus ancestrais.

Degustam um pão artesanal, com a mesma satisfação que o fazem em um banquete cinco estrelas.

Amam em esteiras e em grandes suítes, desde que estejam felizes, pois ser feliz e levar felicidade, é sempre a única condição dessa gente estranha.

É gente que compra briga pela criança abandonada, pelo velho carente, pelo homem miserável, pela falta de respeito humano.

É gente que fica horas olhando as estrelas, tentando decifrar seus mistérios, e sempre conseguem.

Agradecem pelas oportunidades que a vida lhes dá. Aliás, essa gente estranha agradece por tudo, até pela dor, que tratam como experiência.

Reúnem-se em Escolas Iniciáticas que chamam de Lojas, para mutuamente se bastarem, se protegerem, se resguardarem, para resgatar valores, e estudar muito.

Interessantes são os Maçons.

Mas interessante mesmo é a fé que os mantêm vivificados ao longo de tantos anos.

Abençoada essa estranha gente.

É dessa estranha gente, que o Grande Arquiteto do Universo precisa para o terceiro milênio.

É a essa estranha gente, de que sou parte, que desejo DE TODO MEU CORAÇÃO, as mais ardorosas congratulações.

(Autor desconhecido)

Pesq.Rimmôn

Copilação: Grupo Memória e Reflexões Maçônica

Loja 05 de Agosto recepciona mais 3 Novos Amados Irmãos








A Loja  Maçônica 05 de Agosto recepcionou na quinta-feira (27) três novos candidatos, que passam a integrar a Oficina. São eles: Luís Henrique Z. Abrantes (bancário), Gilberto Verdesani de Oliveira (Oficial da PM) e Luís Fabiano de Oliveira Lima, médico. Após a Sessão Magna de Iniciação, foi servido um jantar aos convidados e familiares dos novos iniciados. Em seguida, o V.`M.`. Amado Ir.`. Reinaldo César Verdesani de Oliveira homenageou as novas cunhadas com um ramalhete de flores. Sejam bem vindos Amados Irmãos à nossa Sublime Instituição.

O Simbolismo da Pedra Angular

Devido a uma ordem de precedência, aproximamo-nos à consideração do simbolismo ligado a uma importante cerimônia no ritual do primeiro grau da Maçonaria, que se refere à extremidade nordeste da Loja. Nessa cerimônia, o candidato se torna o representante de uma pedra angular espiritual. Dessa forma, para a completa compreensão do verdadeiro significado da emblemática cerimônia, é essencial que investiguemos o simbolismo da pedra angular.A pedra angular, como o alicerce sobre o qual o edifício todo deve supostamente permanecer, é, sem dúvida, a pedra mais importante de toda construção. Ao menos, é assim considerada pelos maçons operativos. A pedra é colocada em cerimônias majestosas, geralmente com ajuda de maçons especulativos, e ela sempre deve conferir dignidade à ocasião; o evento é visto pelos operários como uma fase importante na construção do edifício.
Às várias propriedades que são necessárias para constituir uma verdadeira pedra angular – sua firmeza e durabilidade, sua forma perfeita, e a peculiar posição que assume como laço entre as paredes – nós devemos atribuir o fundamental caráter que ela atingiu na linguagem do simbolismo. Apenas a Maçonaria, de todas as instituições existentes, preservou sua antiga e universal conotação, e não poderia – como se pode supor – ter negligenciado a adoção da pedra angular entre seus mais estimados e admiráveis símbolos. utilizando-a como referência de muitas de suas significativas lições de moralidade e verdade.
A principal diferença entre a Maçonaria Operativa e a Especulativa é que enquanto a primeira se ocupou com a construção de um templo material, a última se dedica a erguer uma casa espiritual – uma casa não construída com as mãos – na qual as pedras são substituídas pelas virtudes do coração, pelas puras emoções da alma e pelos ardentes sentimentos que brotam das fontes ocultas do espírito.
O aspirante à luz maçônica – o Neófito – em sua primeira entrada no vestíbulo sagrado se prepara ao trabalho consagrado de erigir dentro do peito uma morada adequada para o Espírito Divino, então começa a nobre obra ao se tornar ele próprio a pedra angular sobre a qual o edifício espiritual deve ser construído.
Aqui, então, inicia-se o simbolismo da pedra angular.
A pedra angular com sua superfície perfeitamente quadrada é, em sua forma e conteúdo sólido, um cubo. O quadrado é um emblema da moralidade, ou do estrito desempenho de cada obrigação. O cubo, na linguagem do simbolismo, denota verdade.
A cerimônia do extremo nordeste da Loja, uma vez que deriva todo valor típico de seu simbolismo da pedra angular, indubitavelmente pretendia retratar, em sua linguagem consagrada, a necessidade de integridade e estabilidade de conduta, de verdade e retidão de caráter, de pureza e santidade de vida, que, somente naquela época e lugar, o candidato é mais pressionado a manter,
A pedra angular espiritual é depositada no extremo nordeste da Loja, pois ela é o símbolo da posição do neófito, o representa em sua relação com o mundo. Do mundo profano, ele acabou d emergir. Algumas de suas imperfeições ainda estão consigo; restam ainda algumas arestas por aparar; ele ainda pertence ao norte. Mas está buscando a luz e a verdade; a trilha pela qual ele enveredou vai em direção a leste. Ele não é totalmente profano, nem completamente maçom. Se ele fosse inteiramente do mundo, o norte seria o lugar para encontrá-lo – o norte que é a região da escuridão. Se ele estivesse completamente inserido na ordem – caso fosse um Mestre Maçom -, o leste o receberia – o leste, que é o local da luz. Mas ele não é nenhum dos dois; é um Aprendiz, apegado ainda a alguma ignorância do mundo, somente parte da luz da ordem incide sobre ele. A mistura da escuridão que emana do norte com a aproximação reluzente do leste – é bem expressada, em nosso simbolismo, pela posição adequada da pedra angular espiritual no extremo nordeste da Loja. Uma superfície da pedra fita o norte, e a outra, o leste. Ela não está completamente em uma parte nem totalmente na outra e à medida que este é um símbolo de iniciação não completamente desenvolvido – incompleto e imperfeito – ele está adequadamente representado pelo recipiente do primeiro grau, no exato momento de sua iniciação.
A força e a resistência da pedra angular também foram eminentemente sugeridas nas ideias simbólicas. Para cumprir com o seu propósito como fundação e apoio da construção sólida que ela precede, deve ser usado um material que conseguirá suportar todas as outras partes do edifício sobre si. Sendo assim, quando o “oceano eterno cujas ondas são anos” tiver engolido todos aqueles presentes na construção do prédio, no vasto turbilhão de sua corrente sempre fluente; e quando, geração após geração, ele se for, e as pedras do edifício arruinado começarem a desmoronar, atestando o poder do tempo e da repentina natureza de todas as incumbências humanas; a pedra angular ainda restará para contar, através de suas inscrições, de sua forma e beleza, para qualquer um, que já existiu naquele lugar, talvez então desolado, uma construção consagrada a algum nobre ou divino propósito e pelo zelo e liberalidade de homens que agora não vivem mais.
Por consequência, a resistência e a durabilidade da pedra angular, em contraste com a queda e a ruína da construção sob a qual as fundações foram colocadas, lembram o maçom que, quando a casa terrena de seu tabernáculo se for, ele terá dentro de si uma fundação segura de vida eterna – uma pedra angular de imortalidade -, uma emanação do Divino, que deve sobreviver à tumba e ascender, triunfante e eterno, acima do pó pútrido da morte e da sepultura.
É assim que o aprendiz do simbolismo maçônico é lembrado pela pedra angular – em forma, posição e permanência -, através das significativas doutrinas da obediência, virtude e verdade – que compõem o grande ensinamento da Maçonaria.
Resumo do capítulo XXIII do livro O Simbolismo da Maçonaria, Vol. 2, de Albert Mackey.

T.F.A.

A maioria dos Maçons aceita passivamente toda e qualquer explicação sobre os símbolos, alegorias e costumes da Sublime Ordem. Esquecem que basicamente a Maçonaria é uma FONTE INSPIRADORA DE NOBRES VALORES.
Para a perpetuação das instruções inspiradoras criou-se uma codificação explícita desses valores, mas que só são captadas em sua plenitude à medida de nossa maturidade moral, intelectual e de comprometimento para com a metodologia maçônica. Se lhe parece complicado, vamos a um exemplo bem pueril: na Escada de Jacó há três símbolos: uma Cruz, uma Âncora e uma Mão com um Cálice. Aposto que de pronto todos os Irmãos lembraram que estes símbolos representam a Fé, a Esperança e a Caridade, afinal para os Ritos que trabalham com esta alegoria a explicação é bem clara e não precisamos usar a faculdade do raciocínio, usamos apenas a faculdade da memorização.
Mas se eu quiser saber se o cálice está indo de encontro à mão ou está indo no sentido contrario? O que você me responderia? EXISTE UMA INSTRUÇÃO MUITO BONITA QUANTO A ISTO, porém só é vivenciada quando assumimos que somos Maçons Especulativos.
Especular na época atual tem uma conotação um pouco pejorativa, pois lembramos das operações financeiras que visam apenas lucros ou conjecturas sem base científica ou reais que lembram bisbilhotices.
Mas a característica especulativa do Maçom se dá pela examinação com atenção, pela indagação, pela pesquisa, pela meditação e reflexão dos símbolos de nosso cotidiano. Vou propor um exercício que a princípio parece uma discussão sobre o “Sexo dos Anjos” porém espero que seja um motivador de inquietudes e desperte o senso crítico dos Irmãos.
Vamos lá: Procure em um dicionário o significado de Tríplice:
e Triplo:
Segundo o dicionário é a mesma coisa, então está correto dizermos Tríplice e Fraternal Abraço ou Triplo e Fraternal Abraço e quanto ao “F” que segundo os dicionários pode ser Fraternal ou Fraterno, pois ambas as palavras designam adjetivo do que é próprio ou diz respeito a irmãos ou irmãs.
OPA! Nosso “TFA” tem quatro traduções?
Tríplice e Fraternal Abraço / Triplo e Fraternal Abraço / Tríplice e Fraterno Abraço / Triplo e Fraterno Abraço e olha que eu não vou piorar as coisas conjecturando sobre a mudança da ordem das palavras (TFA ou TAF).
Feito o imbróglio, permitam-me mostrar o que ESPECULEI, lembrando que é apenas a interpretação de um Irmão. Não creio no “Triplo” por ser um valor exponencial, em uma relação de dependência, onde uma incógnita depende do valor de outra e não há harmonia; “X” é o triplo de “Y” o que nos passa a mensagem de uma superioridade, mas também de uma inferioridade. Já o “Tríplice”é o resultado da somatória de três elementos que não são qualificados ou quantificados. (Mas que bem poderiam representar as três Colunas da Loja).
Quanto ao “F” não abro mão de ser FRATERNAL, posso dar um abraço fraterno (http://www.dicionariodoaurelio.com/dicionario.php?P=Fraterno) no meu cachorro porque por ele tenho afeição, já para os que foram iniciados o sentimento é o fraternal (http://www.dicionariodoaurelio.com/dicionario.php?P=Fraternal) porque ocorre entre pessoas unidas como Irmãos.
Respondendo ao querido Irmão Laurindo Roberto Gutierrez da Loja Maçônica Regeneração III do Oriente de Londrina/Paraná, o TFA não “é da Maçonaria em geral”, nós do REAA comumente o usamos, mas a real/mítica explicação de sua origem somente é apresentada em um determinado grau superior do Rito de York. Em outras línguas e conforme o rito praticado temos despedidas muito poderosas, cito duas:
Fiel e Sinceramente.
Com Fervor e Zelo.
Obs.: Não aceite passivamente o que escrevi acima, procure saber um pouco mais sobre o assunto, faça uma Prancha de Arquitetura e quando ela estiver pronta, leve para sua Loja enriquecendo nosso Quarto de Hora de Estudos.
Lembrem-se que todos nós, independente do Grau ou do Cargo, somos responsáveis pela qualidade das Sessões Maçônicas.
Autor: Sérgio Quirino Guimarães

O Olho que Tudo Vê

Dentre os símbolos da maçonaria, ganha destaque o  “Olho que tudo vê”,  por se tratar de um símbolo muito antigo e, ao lado do Esquadro e do Compasso, ser o mais conhecido e identificado  pelos profanos como símbolo maçom. O Olho que tudo vê surgiu no Egito antigo onde também ficou conhecido como o Olho de Hórus. Hórus é uma divindade do Panteão Egípcio que compõe a Trindade, juntamente com seus pais:  Osíris e  Ísis. Ele é personificado por um falcão e esta ave, como é sabido, é reconhecida pela sua excelente visão. Segundo o mito, Hórus luta com Seth, a divindade do mal  que matou seu pai. Nessa luta Seth arranca o Olho  esquerdo de Hórus que simbolizava a Lua, enquanto o direito simbolizava o Sol. Esta é a razão porque o Olho que tudo vê, é um olho esquerdo. Anteriormente, ele foi chamado de  o olho de Rá, simbolizando a realeza.
O Olho que Tudo Vê também era o símbolo da Casa da Luz, onde se praticava os mistérios, a religião esotérica dos egípcios. Os mistérios eram ensinados  e praticados na Casa da Luz, onde se formava a casta sacerdotal. A família real também era iniciada nos mistérios onde aprendiam a Arte Real, enquanto os sacerdotes aprendiam a Arte Sacerdotal. A importância do que ali se praticava nos é mostrado pela Bíblia Sagrada, Moisés  por  ter sido adotado por uma princesa, era membro da família real. Nessa qualidade, ele foi iniciado nos mistérios, mas como não estava na linha sucessória, ele aprendeu os mistérios da Arte Sacerdotal. Durante o episódio conhecido como as Pragas do Egito, Moisés se apresenta perante o Faraó exigindo a libertação do seu povo. Ele ameaça o Faraó e este para mostrar o seu poder chama o seu sacerdote. O sacerdote  atira o seu cajado no chão e ele se transforma numa serpente, Moisés  atira o seu cajado ao chão e ele se transforma numa serpente que engoliu a serpente do sacerdote. Perante a Bíblia, o ato do sacerdote é feitiçaria enquanto o de Moisés é milagre. Na verdade, ambos vieram da mesma escola e nela aprenderam a Arte Sacerdotal.
No Cristianismo e, especialmente  na Igreja Católica, o  símbolo do Olho que tudo vê é estampado dentro de um triângulo, que simboliza a Santíssima trindade e é reconhecido como o olho de Deus. A identificação com o símbolo egípcio soa evidente!
Na Maçonaria este símbolo está dentro de um delta, conhecido como o Delta Radiante. Numa outra composição, o olho é substituído pela letra Yod,  que é a inicial do nome inefável de Yahvé, ou Javé na forma aportuguesada. Javé é para nós o Grande Arquiteto do Universo e, sendo ele a sabedoria suprema, tem todo o conhecimento. Daí  porque a sua  substituição pela a do Olho que tudo vê representa a mesma coisa.
O supremo conhecimento divino é para os gregos a Gnose, o que nos leva à identificação dos símbolos: o Olho que tudo vê  com  a letra G estampada dentro do Esquadro e do Compasso entrecruzados, simbolizando um outro símbolo, o dos dois triângulos entrecruzados do axioma de Hermes Trimegisto, cuja tradução é: Assim como é em cima é em baixo; o microcosmo é como o macrocosmo. Isso nos lembra a semelhança da configuração do átomo (micro) e o sistema solar (macro): elétrons e nêutrons girando em torno de um núcleo e os planetas e satélites girando em torno do sol. Também nos lembra  a criação do homem, quando Deus diz: Façamos o homem à nossa imagem e semelhança, o micro (homem) semelhante ao macro (Deus). O que também  é  dito  no Livro dos  Salmos 81:6 e confirmado por Jesus Cristo  no Evangelho de João 10:34: Vós sois deuses.
O  Olho Que tudo Vê,  ilustra o Grande Selo dos EUA. e a cédula de 1 dólar. Nestes é visto uma pirâmide cortada no topo e mais acima um delta com o Olho Que Tudo Vê em seu interior. O símbolo está a significar que a obra ainda não está concluída; a matéria ainda domina o espírito e só após a sua lapidação, livre das impurezas da matéria é que o homem poderá ascender, limpo e puro até a divindade de onde faz parte, unindo a pirâmide ao seu topo. Esta também é a obra que ficou inconclusa  na construção da Torre de Babel, quando o homem, ainda impuro, pretendeu ascender  até o Grande Arquiteto do Universo.
Na religião egípcia, o Deus Osíris presidia o julgamento dos mortos. Hórus era incumbido de lhe fornecer todos os registros dos atos daquela alma. Dessa forma, era possível sopesar o que ela fez de bom e o que fez de ruim  durante a sua existência terrena. Isso iria decidir se a alma seria condenada ou estaria salva. O coração do falecido era pesado na balança de Osíris e o peso de suas más ações ou das boas decidiriam  o seu destino final.
O Olho Que tudo Vê mantém os homens informados das ações escondidas dos seus semelhantes, tal fato se dá mediante o que nós conhecemos por intuição. Através dela, aquilo que é feito às escondidas acaba sendo descoberto e trazido à luz. Isso nos trás a certeza de que nunca estamos sós. Na Maçonaria ele nos recorda a vigilância que é mantida sobre a nossa conduta. Ele nos esclarece que podemos enganar os homens, mas jamais enganaremos o Grande Arquiteto do Universo. O Olho Que tudo Vê nos acompanha, mantendo a vigilância sobre nós. Ele  simboliza a Divina Providência e, por isso mesmo também registra o que fazemos de bom e vela pela nossa justa recompensa. Maçonicamente  falando, as nossas boas ações é que irão nos indicar para o aumento de salário como operários da grande obra do Grande Arquiteto do Universo.
Autor: Antônio Amâncio de Oliveira

O Ágape

Ágape é uma palavra de origem grega que transliterada para o latim ganha esta pronuncia, e é uma das várias palavras gregas para nomear o amor. Antigos escritores e filósofos como Platão e outros, usavam este termo para referir-se ao amor divino, ao amor sentido por membros da família, por um grupo de pessoas com afinidades, ou uma afeição para uma atividade particular em grupo.
As escrituras sagradas são referência no uso dessa palavra para exprimir o amor divino, o maior exemplo dele é a passagem no livro de Mateus, capítulo 22 e versículos 37 a 41, onde Jesus Cristo foi perguntado qual era o maior mandamento, e disse ele: “Amai (ágape em grego) ao senhor vosso Deus com todo vosso coração e com toda vossa alma e com toda vossa mente. Este é o primeiro e maior de todos os mandamentos. E o segundo é: Amai (ágape) vosso próximo como a vós mesmos.”
Segundo o dicionário Priberam, ágape significa:
  • Refeição que durante os primeiros séculos do Cristianismo os fiéis tomavam diariamente em comum.
  • [Figurado] Banquete amistoso.
  • Vínculo que liga duas almas que se compreendem.
Na Maçonaria, relatos apontam que as primeiras refeições coletivas foram feitas por maçons operativos no século XIV. Essas refeições coletivas serviam para celebrar festas religiosas e como repasto fraternal nos encontros de maçons. Eventualmente os maçons operativos se reuniam em edifícios em construção, em oficinas, ou em abrigos temporários chamados lojas e festejavam com carne assada, regada com cervejas e vinhos. A partir do século XVII, nos primórdios da maçonaria especulativa, se tornou um costume as seções maçônicas serem regadas a tragos e petiscos. Isso porque os maçons faziam suas reuniões em tabernas, estalagens e cafés. Vale a pena lembrar aqui que, a primeira Grande Loja se reunia em uma taberna chamada “O Ganso e Grelha”, perto da Catedral de São Paulo.
O Ágape para nós Maçons é uma palavra, um nome que nos transmite variadas boas sensações: de alegria, de euforia, de festejo, de saciedade. Difícil é alguém não gostar de momentos como este, ainda mais estando ao meio dos seus, se sentindo em casa. Muitas das vezes por se sentir em casa de mais, por estar em um momento despojado de seus afazeres cotidianos, muitos esquecem a verdadeira virtude da simbologia do Ágape. Outros por um motivo ou outro abrem mão de participar desta parte ritualística de nossas reuniões. É um momento sublime onde com temperança devemos dividir um com os outros nossas refeições, nossas bebidas, nosso tempo e doarmos um pouco de nós. Só em um momento intimo como este, de congraçamento entre irmãos é que nos permitimos ser conhecido e conhecer verdadeiramente nossos irmãos.
Em essência e por tradição, o Ágape é um símbolo ritualístico e como tal devemos o tratar. E desta forma nunca nos esquecer que além desse pano de fundo descontraído, o Ágape serve para unir os irmãos e estreitar os laços de fraternidade.
Esse repasto fraternal não é um privilégio exclusivo dos maçons, ao longo da história da humanidade refeições coletivas marcaram importantes momentos políticos, econômicos e sociais. Pesquisas arqueológicas apontam que por mais antigo que seja o período pesquisado sempre encontram vestígios desse costume. Como principal exemplo, podemos citar Jesus Cristo. Seu primeiro milagre foi em um Ágape, nas bodas de Canaã, onde ele transformou água em vinho. Logo em seguida em uma refeição coletiva ele faz a multiplicação dos peixes e dos pães. Após o Sermão da Montanha houve também uma refeição coletiva. E por fim em suas ultimas instruções aos apóstolos ele repartiu o pão e o vinho em um ágape e o chamou de “Santa Ceia”.
Na Maçonaria podemos classificar duas refeições coletivas, o Ágape Fraternal e o Banquete Ritualístico. Apesar de terem como essência a coletividade da refeição se diferem muito no propósito final. O Banquete Ritualístico é feito em loja de mesa, e é realizado duas vezes por ano com a finalidade de comemorar os solstícios de inverno (em 21 de junho) e solstício de verão (21 de dezembro). Já o ágape é mais simples e talvez por isso mais importante, tem a finalidade de unir os irmãos em família, e celebrar o amor divino, o amor ao próximo.
Autor: João Domingos Moreira
ARLS Pioneiros de Ibirité, 273, oriente de Ibirité/MG – GLMMG

A Conexão Januária


Para uma Ordem que respeita as religiões, mas que se pretende equidistante de todas elas, as menções a São João nos rituais maçônicos poderiam parecer, ao observador desatento, controversas e incongruentes. Mas não o são! A exemplo das diversas representações que a maçonaria didaticamente adota, as referências a São João têm um caráter iminentemente simbólico, embora de origem um tanto nebulosa. No entanto, a análise histórica das culturas que serviram de berço para a civilização ocidental – onde a maçonaria especulativa foi concebida – nos dá uma série de pistas e permite compor um quadro geral, ainda que com algumas lacunas, sobre os caminhos que levaram a Ordem a estabelecer vínculos com São João. Um desses caminhos, que aqui expomos e ao qual decidimos chamar, por sua relação com o deus romano Jano, de Conexão Januária, oferece uma versão consistente para esta questão, embora não a encerre, já que acreditamos que suas raízes podem remontar a um passado muito mais distante e que ainda há muito a se estudar sobre elas.

Considerações

É razoável deduzir que a simbologia construtiva tenha começado a se desenvolver a partir do momento em que os hominídeos primitivos empregaram sua engenhosidade para criar abrigos. É possível concluir também que, sem que tenha havido qualquer notória interrupção, essa simbologia veio, através dos tempos, agregando conhecimentos, ampliando conceitos e internalizando valores de inúmeros povos, sempre preservando sua meta mais importante: proteger e dignificar a vida e contribuir para que o homem cumpra seu sagrado papel na Criação. Atravessou milênios desta forma e foi assim que passou a fazer parte dos mistérios de diversas religiões, mesmo quando escamoteada sob signos alheios. E embora nos séculos mais recentes seus fundamentos exotéricos tenham sido transferidos para o mundo profano sob a forma de ciência e sofrido as interferências próprias desse meio, seu precioso arcabouço esotérico, talvez o mais sublime legado da humanidade, tem sido preservado, apesar da intolerância e das guerras e catástrofes que permeiam a evolução do homem.
Um dos pontos críticos enfrentados por este conhecimento milenar foi a introdução, em Roma, da fé cristã como prática oficial de estado. No afã de difundir sua crença e propagar seus valores por todo o mundo romano, o cristianismo, já então estruturado como catolicismo, agiu em várias frentes:
  • num primeiro momento, tomou conta dos templos pagãos, transformando-os em igrejas;
  • transferiu os atributos altruístas das divindades existentes para seus vultos mais expressivos, de modo que os fiéis pudessem, por algum tempo, continuar executando suas práticas rituais com pouca ou nenhuma mudança, apenas aceitando um novo nome para o objeto de seu louvor. Criaram-se assim os santos
  • dedicou-se a desconstruir as antigas religiões pagãs, associando seus deuses e semideuses às práticas do mal, catástrofes, violências etc.
A medida se demonstrou eficiente e foi responsável pela conversão de milhões de súditos do império que, a rigor, além de adotar os sacramentos cristãos, tiveram apenas que aceitar um novo nome para suas antigas divindades[1].
O caso particular que vamos tratar neste artigo é o do deus Jano, um dos mais antigos e importantes para os romanos.

Jano, o deus das passagens

Segundo os historiadores mais antigos, Jano[2] foi introduzido na religião romana trazido da Etrúria, onde, por sua vez, teria sido concebido por influência de deuses mesopotâmicos ou egípcios ancestrais[3]. Suas primeiras versões parecem caracterizá-lo como um deus do Sol que trazia a luz do amanhecer. Dizia-se que era o criador das moedas e dos barcos[4] e, neste particular, é possível estabelecer-se um vínculo bem claro entre ele e o deus Ra egípcio[5], embora isso, por si só, não seja uma garantia de hereditariedade.
Suas imagens mais frequentes apresentam-no com duas faces olhando para lados opostos. É chamado, neste caso, de Jano Bifronte, sendo algumas vezes retratado com um dos rostos jovem e o outro idoso, indicando que olhava para o futuro e para o passado. Portava uma chave numa das mãos e um bastão na outra. Em número menor, mas da mesma forma importantes, são suas versões com quatro faces, chamadas de Jano Quadrifronte, que parecem estar ligadas às quatro estações do ano e aos quatro pontos cardeais.
Consta de sua teologia que era o “deus de todos os inícios[6]“ e, portanto, das iniciações. Com o tempo, passou a ser responsabilizado pelo sucesso das inaugurações, admissões, aberturas, passagens e transições. Portas, pórticos, portais, portões, janelas, corredores, arcos, pontes, túneis e passadiços estavam nos domínios de Jano. Por extensão, tornou-se responsável pelos limiares, umbrais e fronteiras, e assumiu o papel de guardião dos limites ou de zelador[7] da entrada e saída dos locais, fossem casas, lugares públicos ou cidades, tendo a manutenção da paz entre suas incumbências. Talvez o fato de um dia ter simbolizado o Sol é que lhe tenha valido o comando dos solstícios[8],[9], inaugurando o inverno e o verão romano. Associavam-no também ao Nascente e ao Poente e aos ventos Boreal e Antiboreal. Representava o marco limítrofe entre o dentro e o fora, o início e o fim, o passado e o futuro, caracterizando o presente absoluto. É o instante atemporal e adimensional e, neste particular, lembra muito o ponto dos geômetras. Nas liturgias romanas, seu nome era sempre invocado em primeiro lugar.
Por todas estas características, tornou-se um deus muito importante, a ponto de rivalizar-se com Júpiter. Isso lhe valeu uma homenagem por parte dos romanos, que batizaram um mês com o seu nome, chamando-o de janeiro.
Certamente foi por seu perfil iniciador ou iniciático que os artesãos romanos o adotaram como padroeiro, sendo que os pedreiros e construtores ainda com maior razão, já que sob a proteção de Jano estavam o que se costuma chamar de “obras de arte” na área da construção civil, ou seja, as pontes, viadutos, arcos etc., estruturas complexas, com a função de passagem, e que exigem muito conhecimento, engenhosidade e perícia para serem erigidas.

Os Collegia Fabrorum

Collegia Fabrorum era a denominação que os romanos davam às corporações de artesãos ou colégios de artífices. Consta que foram criados por Numa Pompílio, sucessor imediato de Rômulo e, portanto, segundo rei de Roma. As leis romanas estabeleciam que artífices de um mesmo ramo de atividade poderiam se associar para, juntos, praticarem seu ofício. Isso os obrigava ao respeito a regras e normas definidas pelos próprios associados.
A história mostra que havia Collegia Fabrorum dos mais variados ofícios: saboneiros, sapateiros, ourives, cunhadores de moedas etc. Embora não tenhamos encontrado menção explícita a pedreiros ou cantoneiros[10], certamente existiam Collegia que agrupavam estes tipos de profissionais, pela importância que têm em qualquer sociedade.
Por tipificar a iniciação, Jano era o patrono informal de todos os artífices, pois a aceitação do indivíduo como membro de um ofício era precedida de um processo iniciático. Este patronato, no entanto, não impedia que os Collegia fabrorum tivessem um padroeiro associado às peculiaridades do ofício que exerciam. O colégio dos alfaiates, por exemplo, cultuava Marte, o colégio dos médicos, Asclépio e Hígia, e assim vários outros.
As corporações de artesãos foram de fundamental importância para o desenvolvimento e expansão do Império Romano. O fomento à sua criação acabou proporcionando o aprimoramento dos ofícios e a criação de novos métodos para realização de suas atividades. Os membros mais experientes transmitiam seu conhecimento aos demais, gerando uma corrente altruísta que induzia o aperfeiçoamento individual e a formação de quadros cada vez mais bem preparados.
Porém, com a queda do Império Romano do Ocidente e o caos que a sucedeu, a figura formal dos Collegia fabrorum parece ter se dissipado, embora o conhecimento sobre a maioria dos ofícios pareça ter avançado pela Idade Média e chegado ao Renascimento senão incólume, pelo menos forte o suficiente para produzir bons frutos através das guildas medievais. E, ao que tudo indica, a influência de Jano continuou a se fazer sentir.

As Guildas Europeias

Há uma grande discussão entre os estudiosos sobre se e como o conhecimento das corporações romanas de artesãos influenciaram as guildas medievais. Não obstante, e a despeito de tudo o que se escreveu até hoje sobre o assunto, uma pergunta talvez traga em si mesma a resposta a esta questão: de onde mais, a não ser dos antigos, as guildas extrairiam a base das artes que praticavam?
Não se pode imaginar que a queda de Roma tenha apagado por completo todo o saber que a humanidade havia acumulado até então. Primeiro, porque a cultura por ela emanada continuou evoluindo, vigorosa, no Império Bizantino[11]. Depois, porque houve partes do império que foram menos afetadas pelas invasões das hordas bárbaras e, portanto, puderam manter, com razoável fidelidade, as práticas romanas. De toda forma, mesmo que tenha sido apenas transmitido de boca a ouvido, de mestres para discípulos, o fato é que este conhecimento subsistiu. Se nas guildas – às quais o clero por vezes chamava deconjurações – ou em qualquer outro tipo de associação, é irrelevante. O uso do nomeguilda neste artigo é, portanto, apenas uma identificação genérica para as diversas formas de associação sob a égide das quais se reuniam, na Idade Média, os praticantes de um mesmo ofício.
Na área da construção em pedra, que é aquela que nos interessa mais de perto, as guildas erigiram, durante o período medieval, mosteiros, fortificações, cidadelas, moradias, templos e castelos por toda a Europa. Se, com raras exceções, até o final do primeiro milênio não apresentavam a sofisticação, a grandiosidade e a perfeição das mais importantes obras romanas, é porque não havia concentração suficiente de riquezas que permitisse gastos com opulência e refinamento arquitetônico. Só mais tarde, com a unificação de feudos, expansão das rotas comerciais e aumento do poder da Igreja é que as obras mais elaboradas e equiparáveis às romanas tornar-se-iam viáveis novamente.
As guildas de pedreiros eram formadas para fazer frente à demanda por mão-de-obra qualificada para realização das construções, onde quer que fossem necessárias. A exemplo dos colégios romanos de artífices, tinham, em geral, regras de conduta rígidas e mantinham fundos de amparo e auxílio funeral para seus membros. Tudo indica que os novos integrantes eram admitidos através de iniciação e que guardavam para si os segredos e mistérios da profissão, que eram transmitidos gradualmente aos demais segundo sua proficiência e habilidade, ao longo de períodos variáveis. Pelo menos em parte da Europa, na noite de 26 para 27 de dezembro, dia de S. João Evangelista[12], faziam entre si juramentos de sigilo e de união. Promoviam, então, imensos banquetes onde comiam e bebiam até se fartar.
Ainda que toda a literatura analisada não apresente evidências materiais de uma possível transmissão de conhecimentos[13] – e valores – das corporações romanas de artífices para as guildas, é muito provável que estas sejam as sucessoras naturais daquelas, com todas as implicações que possam advir disso. Afinal, é difícil imaginar que as guildas de pedreiros possam ter herdado o uso de ferramentas e as técnicas construtivas utilizadas pelos romanos, sem que, junto com elas, lhes tenham sido transferidos também os saberes, costumes, tradições, ritos, lendas e mitos que envolviam o ofício de construir.
Desde o ano de 590 – portanto, pouco mais de 100 anos após a queda do Império Romano, há documentos que comprovam a existência de guildas de construtores na Itália. A dos mestres comacinos, por exemplo, possivelmente originária da Lombardia, primava pela mútua proteção e desenvolvimento de seus integrantes. Outro exemplo de que os conhecimentos romanos permaneceram vivos nos é dado pelo bispo Wilfrido de York que, em 598, associou-se ao abade de Wearmouth para mandar enviados à França e Itália, pedindo que os pedreiros retornassem e retomassem as construções “de acordo com a maneira romana”.
A indicação da existência de pedreiros-livres aparece pela primeira vez em manuscritos dos séculos XII e XIII, quando são chamados de Sculptores lapidum liberorum[14] ouLatonii vocati fremacconi[15].
É neste contexto que surgem as lojas de São João.

As Lojas de São João

Coerente com a implantação do cristianismo no Império Romano, suspeita-se que a escolha das datas de 24 de junho e 27 de dezembro para as festas em homenagem a S. João Batista e S. João Evangelista, respectivamente, deva-se ao fato de que elas são próximas dos solstícios, cujo patrono em Roma, como já foi visto, era Jano. A razão para isso, embora possa parecer banal, deve ter sido a pronúncia em latim de ambos os nomes, Jano e João, que é muito semelhante. Tal identidade fonética certamente colaborava para a transferência das devoções dos fiéis de Jano para os santos católicos. No caso de São João Batista, em particular, esta transferência deve ter sido até mais fácil, pois existe um vínculo simbólico entre os dois, já que João Batista iniciou Jesus através do batismo e que Jano era o patrono das iniciações[16].
De qualquer forma, é possível identificar três motivos que teriam levado os trabalhadores da construção a adotar um ou outro João, ou ambos, como padroeiros:
  • O vínculo com Jano e os solstícios;
  • A associação do Batista com a iniciação e do Evangelista com o amor fraternal e a solidariedade[17];
  • A escolha do patrono de uma cidade como protetor de uma guilda[18], o que era muito frequente;
Há muitas provas de que os construtores medievais tinham apreço pelas datas solsticiais.[19] Se isso, de fato, era decorrente da adoção de Jano como seu padroeiro, é difícil saber, porque numa época em que a Igreja era fundamentalista e implacável, não seria razoável externar o culto a um deus pagão. Desse modo, mesmo que a reverência ao deus romano tenha prosseguido após a queda do império, deve ter permanecido cifrada nos mistérios do ofício. E assim se encontraria até hoje, velada pelos Sãos Joões.
A associação de João Batista com as iniciações e a importância destas para os ofícios é óbvia. Quanto à importância de João Evangelista – considerado o apóstolo do amor – para os construtores, é preciso ter em conta a relevância da solidariedade e da fraternidade entre os integrantes das guildas de pedreiros. Aqueles artífices, não raro, exerciam o ofício em lugares ermos e distantes de suas cidades, e, a exemplo dos colégios romanos, a ajuda mútua e o auxílio às famílias em caso de acidente ou falecimento eram fundamentos rigidamente obedecidos por todos e tratados como pontos de honra.
A guilda medieval de pedreiros e carpinteiros vinculada à catedral de Colônia, na Alemanha, adotava João Batista como padroeiro. Já os obreiros da Loja de Edimburgo[20], na Escócia, trabalhavam, no século XV, sob a proteção de João Evangelista, como era comum para boa parte das guildas de construtores escocesas.
Desde a época das Cruzadas, João Batista era reverenciado como padroeiro da Ordem de São João de Jerusalém, de grande destaque na realização de obras arquitetônicas. Esta ordem, também chamada de Ordem dos Hospitalários, foi a primeira instituição cristã de caridade especializada. Estabelecida na Palestina por volta de 1080 – portanto pouco antes da Primeira Cruzada – tinha por objetivo o apoio e a assistência médica aos peregrinos cristãos que se dirigiam à Terra Santa. Após a Cruzada, o fluxo de romeiros para a região aumentou enormemente e a Ordem de São João, administrada por leigos, enriqueceu, expandindo-se pelas rotas de peregrinação, onde construiu inúmeras fortalezas. Uma das remanescentes é a de Krak dos Cavaleiros, perto de Homs, na Síria, considerada Patrimônio Mundial pela UNESCO.
A adoção de São João como patrono daquela ordem decorreu do fato de que o seu primeiro abrigo foi construído próximo à Igreja de São João Batista, na Cidade Santa, onde os hospitalários faziam suas orações. Embora neste caso pareça não haver qualquer relação direta com o deus Jano, a hipótese de que essa relação exista, ainda que de difícil comprovação, não pode ser sumariamente descartada, pois a cultura do Oriente Médio está impregnada de referências solsticiais.
No século XVIII, quando a nossa Ordem ainda tinha muitas referências cristãs, São João Batista e São João Evangelista eram tidos como santos patronos da Maçonaria inglesa. Dos dois, São João Batista era considerado o principal. Seu simbolismo é tão importante que a primeira Grande Loja, formada em 1717, escolheu seu dia como data de fundação. Por outro lado, antes mesmo da formação da Grande Loja Unida da Inglaterra, em 1813, era costume as Lojas instalarem os Veneráveis a cada seis meses, e o faziam em 24 de junho (dia de São João Batista) e 27 de dezembro (dia de São João Evangelista). A antiga Grande Loja da Inglaterra, em particular, sempre realizava suas instalações no dia 27 de dezembro.
De lá para cá, as referências maçônicas aos dois Sãos Joões têm sido mantidas. Muitas Lojas de vários países se assumem dedicadas a ambos os santos. No Rito Sueco, os três primeiros graus são conhecidos como graus de São João. No começo do século XIX, algumas Lojas francesas abriam seus trabalhos em nome de São João da Escócia, mas, a despeito do que possa parecer à primeira vista, não há um santos escocês de nome João, de onde presume-se que esta tenha sido uma maneira indireta de reverenciar o padroeiro das guildas escocesas, S. João Evangelista. O Rito de York Antigo, mais ou menos na mesma época, dedicava a Loja aos dois Sãos Joões. No R.E.A.A., até hoje, todos se dizem oriundos de uma Loja de S. João, em honra do qual os trabalhos são abertos e fechados.

Conclusão

Ainda haveria muito a se falar de Jano, colégios de artesãos, guildas e Lojas de São João. Existe uma vasta literatura a respeito, parte da qual é apresentada na bibliografia a seguir. Não obstante, e como sempre acontece com as pesquisas sobre simbologia maçônica, alguns vazios permanecem, dada a carência de fontes quando nos aprofundamos no passado. De todo modo, esperamos que este trabalho motive outros Irmãos a preenchê-los com seus estudos.
Não há dúvida de que, desde os primórdios, o homem se preocupa em entender a natureza. Poder antever as alterações climáticas provocadas pela mudança das estações e, com isso, preparar-se para o plantio, colheitas e caça, e proteger-se das intempéries, era uma questão de sobrevivência e garantia da manutenção da prole. Passaram-se dezenas de milhares de anos até que ele pudesse identificar os solstícios, e foi buscando perpetuar este conhecimento que passou a registrá-lo em pedra. Inúmeros templos e construções trazem em si esta sabedoria primordial, que só chegou aos dias atuais porque encontrou pedreiros dispostos a traduzi-la pela ação de seus maços e cinzéis. No Templo de Salomão, eram representados pelas colunas J e B, e, no império romano, através das portas solsticiais, estavam associados a Jano, de onde vieram até chegar aos dias atuais personificados pelos dois São João.
Esta tese, evidentemente, está aberta a contestações. Ainda assim, é preciso considerar que na tradição cristã não existe qualquer ligação desses santos com os ofícios construtivos, nem há indicação de que seu patronato seja fruto de imposição ou preferência religiosa. Ou seja, ainda que a maçonaria não fosse equidistante das religiões, do ponto de vista da hagiologia[21] cristã – e exceto pela fraternidade apregoada pelo Evangelista – não haveria porque ter qualquer dos São João como patrono. Quanto à hipótese de que a adoção dos santos pela maçonaria seja uma mera homenagem ao padroeiro de alguma cidade medieval, carece da ancestralidade característica dos símbolos maçônicos e, por isso, mesmo que não se possa refutá-la, é pouco provável que seja verdadeira.
Os hermetistas associam o solstício de verão à “porta dos homens” e o de inverno à “porta dos deuses”[22], que são as portas zodiacais de Câncer e Capricórnio. São os momentos a partir dos quais há, respectivamente, diminuição e aumento da intensidade da luz solar, reproduzidos simbolicamente na vida do maçom da iniciação em diante, conduzindo-o das trevas à luz. Diz a antiga filosofia que a alma humana descia dos céus e passava pela Porta dos Homens para encarnar na terra. Na morte, após deixar o corpo, ela passava pela Porta dos Deuses e retornava aos céus. E era Jano quem detinha a chave que abriria estas portas.
Ao olharem para os solstícios, as duas faces de Jano estão, portanto, zelando para que o ciclo da existência se cumpra e permitindo, com isso, que o homem se torne partícipe da criação. Se uma das faces pode ser associada a São João Batista e a outra a São João Evangelista, sob o aspecto estritamente simbólico isso talvez não seja tão relevante. Os símbolos são importantes pelo que representam, não pelo nome que se dê a eles. E os solstícios continuarão a existir independentemente de como os chamemos.
O passado é só uma lembrança e o futuro ainda não chegou. Jano, transfigurado nos Sãos Joões, continuará a nos remeter ao aqui e agora, que é o tênue e fugaz momento que estabelece a ponte ou a passagem entre o que já foi vivido e o que ainda resta viver. Ou, se preferirmos, o olhar sobre o que já foi plantado e colhido e a incerteza se haverá um novo plantio e uma nova colheita.
Ele já nos abriu uma porta. Em vão esperaremos que tenha perdido a chave da outra…
Autor: Sérgio Koury Jerez
Fonte: BIBLIOT3CA
Notas
[1] – Só num momento seguinte, já bem mais tarde, uma nova iconografia seria criada para proporcionar aos devotos uma representação “palpável”, e as estátuas das divindades romanas foram substituídas por imagens de santos para os quais eles podiam canalizar suas orações e súplicas.
[2] – Do latim Dianus (com a mesma raiz de dies – dia) ou Ianusou Janus.
[3] – Jano pode ser um eco longínquo do acádio Usmu ou do egípcio Nehebkau.
[4] – As moedas romanas mais antigas trazem de um lado a efígie de Jano e, do outro, a proa de um barco. Ao tirarem cara ou coroa os romanos diziam capite aut navim (cabeça ou barco, em latim)
[5] – Uma moeda é, em última análise, uma representação do círculo solar, que, na mitologia egípcia, era identificado com Ra, cuja barca fazia o Sol se mover no firmamento.
[6] – deus omnium initiorum, em latim.
[7] – Em vários países adota-se a palavra janitor para identificar os responsáveis por zelar pelos edifícios ou propriedades em geral e que, por isso, detêm suas chaves.
[8] – Do latim sol sistere, que significa parada do sol ou sol estático.
[9] – No templo de Salomão, as colunas J e B indicariam a posição do sol nos dois solstícios.
[10] – Pelo menos nos documentos consultados pelo autor.
[11] – Também chamado de Império Romano do Oriente.
[12] – Data onde também ocorria a festa do deus nórdico Jul.
[13] – Ao contrário, alguns autores refutam esta hipótese.
[14] – Escultores de pedras emancipados, em tradução livre do latim.
[15] – Latonni (Cultuadores de Apolo ou Diana) chamados de pedreiros-livres, em tradução livre do latim.
[16] – Do ponto de vista de iconografia, no entanto, dois dos principais símbolos de Jano, que eram a chave e o barco, passaram, curiosamente, a ser associados a S. Pedro, que, como o deus romano, é o patrono católico dos construtores de pontes.
[17] – Entre os séculos XV e XVIII, em Paris, existiu uma guilda de impressores e livreiros, chamada de Guilda de São João Evangelista, dedicada quase que exclusivamente à ajuda mútua e benemerência.
[18] – Florença, na Itália, considerada o berço do Renascimento e, portanto, mantenedora da mais importante guilda de construtores da Europa Ocidental na época, tinha São João Batista como padroeiro desde o começo do segundo milênio.
[19] – Um exemplo é a catedral de Chartres, na França, construída no século XII. No solstício de verão, os raios de Sol atravessam o vitral de São Apolinário e projetam um círculo de luz sobre uma estrutura de metal no piso da igreja.
[20] – Nos manuscritos Edinburgh Register House, de 1696, eChetwode Crawley, de 1717, que são reconhecidos como exemplares dos Antigos Deveres, os aprendizes diziam jurarpor Deus e São João, pelo Esquadro e Compasso…
[21] – Estudo os santos.
[22] – Diz a antiga filosofia que a alma humana descia dos céus e passava pela Porta dos Homens para encarnar na terra. Na morte, após deixar o corpo, ela passava pela Porta dos Deuses e retornava aos céus.
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