A propósito da postagem anterior sob o título “Não existe bode na Maçonaria”, devemos lembrar que, em compensação, existe o Galo, que se encontra desenhado na Câmara das Reflexões.
O Galo já era usado como símbolo nas religiões pré-cristãs. Ele anunciava, com seu canto matinal, a luz de Apolo, deus solar. No Cristianismo ele simboliza a ressurreição, a vigilância e o chamamento. Enquanto o homem dorme, inclusive espiritualmente, o galo vigia. Depois canta três vezes para acordá-lo e anuncia o surgir de um novo dia, chamando-o a um despertar, uma ressurreição. Com o significado de vigiar, consta no Evangelho de Marcos: ”Sê vigilante, pois nunca sabeis quando o vosso mestre virá vos chamar. Se será esta tarde, no meio da noite ou na madrugada quando o galo cantar”. Modernamente, celebra-se a Missa do Galo à meia-noite do dia 24 de dezembro, em comemoração ao nascimento de Jesus. Sobre a torre de uma igreja cristã ele é o emblema solar do Cristo, chamando para a supremacia da luz sobre as trevas.
O Galo, que anuncia a luz e o nascer de um novo dia, se faz presente na Câmara das Reflexões para anunciar a Luz que o postulante irá receber ao se tornar um novo homem, um Maçom. O Galo representa, também, o Mercúrio, que segundo a tradição hermetista simboliza a ousadia e a vigilância.
De certa forma, não deixa de ser curioso o fato da Igreja Católica colocar a figura de um galo no ponto mais alto de seus edifícios; a Maçonaria, ao contrário, desenhá-lo no centro da Terra, representado pela Câmara das Reflexões; e as religiões Afro-Brasileiras utilizá-lo em seus sacrifícios cruentos.
Que tal pararmos de nos chamar de Bode e passarmos a nos chamar de Galo? Pelo menos este tem um significado maçônico!
Excerto do livro (em elaboração) Maçonaria para Maçons, Simpatizantes, Curiosos e Detratores.
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