domingo, 27 de dezembro de 2015

Aspectos peculiares ao Rito adonhiramita


A DENOMINAÇÃO ADONHIRAMITA
O nome Adonhiramita consta da lenda da Ordem dos Cavaleiros Noaquitas que somente admitia como membros, maçons Adonhiramitas, possuidores do grau de Cavaleiro Rosa Cruz.
"Adonhiram, nome composto do hebreu Adon e de Hiran, isto é, Senhor Hiram. Hiram é usado aqui como 'autor da vida'."
Ainda:
"Adonhiram, nome hebreu composto de dois outros: Adon, que significa 'Senhor', e Hiram, que significa' altivez de vida'.
Chamam-no arquiteto do templo, não somente porque a verdadeira igreja segue os planos do Deus Supremo, mas também porque os Maçons estão persuadidos de que ele é o soberano Mestre de tudo".
Quanto à possibilidade de Adonhiram não ser o artífice Hiram Abif, verifica-se o seguinte:
"A Bíblia conhece um personagem chamado, segundo os Livros, Adonhiram (I Reis 4,6), Adoram (II Samuel20, 24), ou Hadoram (II Crônicas 10, 18). Trata-se, sob essas três grafias, do encarregado dos impostos de Davi, de Salomão e depois de Roboão. Ele foi apedrejado até a morte pelos israelitas das dez tribos que 'a partir desse dia foram infiéis à casa de Davi e a Judá'."
Ainda consta uma nota que elimina qualquer dúvida sobre o assunto:
"...Hiram fez um dos bens mais preciosos a Salomão, na pessoa de Adonhiram, saído de . seu sangue, filho de uma viúva da tribo de Nephtali: Seu pai chamava-se Hur, excelente operário na arquitetura e na fundição de metais. Salomão, conhecendo suas virtudes, seu mérito e se.us talentos, distinguiu-o com o posto mais eminente, dando-lhe a direção do templo e de todos os operários..."
Como se pode constatar pelos textos não existe qualquer contradição entre a lenda do mestre construtor ensinada nas sessões adonhiramitas em relação aos demais ritos.
Entretanto existe outra interpretação essencialmente fundamentada no texto bíblico, onde fica claro que o arquiteto do templo não teria sido Hiram Abif, e sim, Adonirão, ou Adonhiram. Hiram Abif, teria sido apenas o artífice das obras de arte:
"...Aduram presidia os trabalhos. Josafat, filho de Ailud, era o cronista."
"...Aisar, prefeito do palácio; e Adonirão, filho de Abda, dirigente dos trabalhos."
De fato, analisando-se atentamente as Escrituras, qualquer leitor será obrigado a concordar.
Não há qualquer menção ao artista natural de Tiro como dirigente dos trabalhos do Templo de Salomão. Este, quando citado, sempre é associado à atividade artesanal. O mesmo não ocorre com Adonhiram, várias vezes citado como dirigente dos trabalhos e, especificamente em II Crônicas 10, 18; é relatada a morte de Aduram, que a serviço do rei, foi assassinado, marcando o início da "dissidência da casa de Israel, que dura até hoje"

LOCALIZAÇÃO DAS COLUNAS E DOS VIGILANTES
O detalhe da colocação das Colunas nos templos adonhiramitas segue um raciocínio lógico: Sendo a orientação do Templo do Oriente para o Ocidente, considera-se o Oriente como referencia para a fixação do norte e sul, ou direita e esquerda. O texto bíblico assim retrata a colocação das Colunas:
"Hirão levantou as colunas no pórtico do templo; a coluna direita que chamou Jaquin, e a esquerda, que chamou Boaz. "(1 Reis, 7, 21-22).
Conforme consta nos Livros de Reis, as colossais Colunas foram erigidas no átrio do Templo de Salomão, e não no seu interior, conforme hoje as encontramos nos Templos Maçônicos. O principal ponto do Templo era o Santo dos Santos (Sanctum Sanctorum), que ficava além do salão destinado aos sacerdotes, a nave central.
Assim, qualquer referência sobre localização de suas peças decorativas, necessariamente seriam tomadas a partir daquele local sagrado, construído para guardar a Arca da Aliança que continha as Tábuas da Lei.
"Numa infinidade de lojas, dá-se como significado da palavra dos Aprendizes 'a força está em Deus e para a de Companheiro, 'a sabedoria está em Deus' ou 'perseverança no bem'. São erros imperdoáveis, contrários à razão, às leis da Maçonaria e à Sagrada Escritura: primeiramente, todos os Maçons concordam com o que a sabedoria procura inventar e a força, sustentar. Ora, não é ridículo querer sustentar o que ainda não existe? Em segundo lugar, a base da Maçonaria é a sabedoria; e a última prova que elimina todos as réplicas é que as interpretações dos nomes próprios da Bíblia dizem expressamente que é a coluna J que diz sabedoria e que a coluna B diz força: isto não é suficiente?"
O Primeiro Vigilante fica na Coluna do Sul, próximo à Coluna B, e o Segundo Vigilante, na Coluna do Norte, próximo à Coluna J.

ROMPIMENTO DA MARCHA
Os Adonhiramitas rompem a marcha com o pé direito, que era o costume dos Maçons Operativos quando entravam no sítio das construções. Esta prática não deve ser analisada sob qualquer inspiração oculta, fundamentada pela superstição.

A GRAVATA BRANCA
A gravata utilizada em loja do Rito Adonhiramita é de cor branca.
A gravata é uma peça indumentária de criação recente, inspirada nos cordéis utilizados para o fechamento da camisa antes da invenção dos botões, que terminava em um laço à altura do pescoço.
O vestuário maçônico utilizado pelos Adonhiramitas é composto pelo terno, sapato, e meias pretas. Camisa, gravata e luvas brancas. À exceção das luvas que têm um simbolismo próprio, as peças brancas do vestuário são aquelas consideradas peças interiores. A gravata é complemento da camisa, logo, parte integrante da camisa. Sendo a camisa branca, a gravata deve ser branca.

O TERNO PRETO E A UNIFORMIDADE DO VESTUÁRIO
Aparentemente, existe um rigor excessivo quanto a este detalhe. Entretanto não é um mero detalhe. O vestuário uniforme dos Maçons Adonhiramitas busca simbolizar a igualdade que deve existir entre todos os irmãos.
A uniformização nivela os irmãos, dissipando possíveis diferenças de caráter econômico ou social, demonstra também a disciplina do Maçom. Disciplina não como um fim em si, mas disciplina como meio de aperfeiçoamento.
Também a doutrina do rito está presente no elemento vestuário como exteriorização da disciplina maçônica. A origem desse costume remonta a própria origem da maçonaria e aos cavaleiros cruzados.
Os cruzados eram as ordens de cavalaria que surgiram no seio daquele movimento. Essas ordens tinham, dentre seus objetivos estabelecer a disciplina e a uniformidade dos costumes num universo de múltiplas nacionalidades, sem a qual, não sobreviveriam.

O CALÇAMENTO DAS LUVAS
Antes de dar entrada no Templo ocorre a cerimônia do calçamento das luvas, momento de rara beleza e significado, onde o Mestre de Cerimônias diz:
"...Meus Amados Irmãos, se desde a meia­noite, quando encerraram os nossos últimos trabalhos, conservastes as mãos limpas, calçai as vossas luvas... ".
Neste momento observa-se uma viagem interior ("Visita Interiora Terrae, Rectificandoque, Invenies Occultum Lapidem - VITRIOL" - Visita o interior da Terra e, retificando, encontrarás a Pedra Oculta), uma viagem solitária e profunda, um resgate dos mais puros valores inerentes ao ser, a busca da própria alma. Uma viagem para a qual as condições sociais profanas, a cor, a raça, os credos políticos e os metais que distinguem o rico do pobre, tornam-se fardos desnecessários e incômodos.
Em seguida o Mestre de Cerimônias diz:
"...Silêncio meus irmãos, eu vos peço um momento de reflexão a fim de darmos ingresso no Templo".
Forma-se, neste momento, a Egrégora, uma reflexão agora coletiva elevada ao CRIADOR DO MUNDO, ao desejo da paz entre os homens de boa vontade; ao desejo que todos os homens sobre a face da terra se transformem em homens de boa vontade.
Aos desesperados para que encontrem a esperança. Aos tiranos para que encontrem o caminho da prática da justiça.
As luvas uniformizam as mãos. Tornam as mãos calejadas do operário tão macias quanto às mãos do intelectual, do médico, do engenheiro, etc., assim como se igualaram pelo uso uniforme das outras peças do vestuário. Simbolizam sobretudo a pureza, qualidade que deve estar presente em todos os atos de um maçom.

O BARRETE E A ESPADA DO MESTRE
O barrete, assim como a espada, usados pelos Mestres do Rito Adonhiramita são, dentre os aspectos exteriores, as principais heranças de sua origem escocesa. Quando do seu estabelecimento na França, o então chamado "sistema escocês" era praticado quase que exclusivamente por membros da aristocracia, pessoas essas que possuíam o direito do uso do chapéu e da espada. Ao homem comum, tais objetos não eram permitidos, sobretudo a espada, símbolo de condição social elevada.
Inicialmente, era utilizado apenas dos graus "escoceses". Entretanto, assim como outros elementos, os praticantes dos altos graus começaram a introduzi-los nos graus simbólicos.
Dos ritos escoceses, apenas o Adonhiramita conservou o uso do barrete da espada pelos mestres, inclusive nas lojas de Aprendiz e Companheiro.
O NOME HISTÓRICOA iniciação no Rito Adonhiramita contempla um batismo no qual o neófito recebe seu nome simbólico, histórico ou heróico, quando da sagração:
"...e, para que de profano nem o vosso nome vos reste, eu vos batizo com o nome histórico de..."
Sua origem, portanto, é de natureza iniciática, e não restrita à Ordem Maçônica.
A iniciação para o maçom é o nascimento para um mundo de luz. Sua condição de nascimento e vida no mundo profano perde toda a importância no interior do Templo.
Dentro do princípio da igualdade, um nome famoso que traduz distinção social e econômica no mundo profano seria um elemento atentatório à paz e harmonia que deve reinar em suas colunas, daí o nome simbólico para igualar aos demais.
AS DOZE PANCADAS ARGENTINAS
Todas as escolas iniciáticas chamavam seus membros ao trabalho através de sinais sonoros.
Verifica-se ainda nas cerimônias orientais o uso de tambores, buzinas, gongos, etc.
No cerimonial católico, o uso do sino, era o sinal para o início e término do culto, embora nos dias atuais esteja sendo gradativamente abandonado.
É sabido que a Maçonaria operativa utilizava-se dos átrios das catedrais em construção para ali realizarem suas sessões. Trata-se de uma prática assimilada ainda na idade média e preservada até nossos dias pelos Adonhiramitas.
As doze pancadas argentinas são o diapasão que estabelecem a "egrégora", criando uma sintonia única.

OS CERIMONIAIS DE INCENSAÇÃO E DO FOGO
A abertura dos trabalhos em uma Loja Adonhiramita é precedida pelos cerimoniais da incensação e do fogo. A incensação, desde os tempos primordiais, inclusive nos relatos bíblicos, era uma prática que simbolizava oferenda a Jeová. Além da oferenda, o incenso tem o caráter da purificação.
A incensação, inicia-se pelo Oriente, percorre o Ocidente purificando-o e ofertando ao Grande Arquiteto do Universo os suaves odores das mais puras resinas e sementes. Purificado o interior do Templo, purifica-se seu exterior. Os irmãos visitantes que permanecem ou virão a estar na Sala dos Passos Perdidos são a razão deste detalhe.
O cerimonial do fogo, análogo ao de incensação, traz a luz que vem do Oriente ao Ocidente iluminando e aquecendo os hemisférios, tomando-os habitáveis e férteis.
A conjugação do cerimonial da incensação e do fogo simboliza o que há de mais sublime nos trabalhos em loja maçônica. Antes de se evocar a proteção do SUPREMO, a Loja é purificada. A purificação é elevada como singela oferenda Àquele que é considerado O GRANDE ARQUITETO DO UNIVERSO. Ele então se manifesta, assim como o fez no início, através da Luz que aquece e ilumina, dissipando as trevas e propiciando o mistério da vida.
A SAUDAÇÃO VIVAT, VIVAT, VIVAT
É a antiga saudação utilizada ainda no início do Século XVIII. No Rito Francês, após a Revolução Liberal de 1789, foi substituída por LIBERDADE, IGUALDADE e FRATERNIDADE. Na Loja de Coustos, em Lisboa (1741-1743), em Rituais no idioma francês, a saudação utilizada era o "VIVAT, VIVAT, VIVAT', conforme relata Oliveira Marques em sua História da Maçonaria em Portugal.
Tem o mesmo significado da antiga saudação escocesa que pronunciada HOUZÉ, HOUZÉ, HOUZÉ, deve ser grafada Huzza, Huzza, Huzza, cuja tradução do hebraico é VIVA, VIVA, VIVA, que em latim corresponde ao VIVAT, VIVAT, VIVAT.
EVANGELHO DE SÃO JOÃO
O Evangelho de São João é a principal característica herdada do escocismo. Era de uso geral em todas as lojas da França que admitiram a origem da Maçonaria ao tempo das Cruzadas. Ainda na obra de Oliveira Marques verifica-se a referência ao Evangelho de São João na Loja de Coustos. Tal referência é a reprodução do depoimento de Coustos à Inquisição Portuguesa (Processo n.o 10.115, folha 47-47v) que assim explicava a escolha:
"...que a razão e fundamento que têm os Mestres desta congregação para mandar tomar o juramento aos que entram de novo, sobre a Bíblia ou Livro dos Evangelhos, no lugar em que se acha o de São João, é a seguinte: porque, destruindo-se e arruinando-se o famoso Templo de Salomão, se achou debaixo da primeira pedra uma lâmina de bronze em que se achava esculpida a palavra seguinte - GEOVÁ - que quer dizer - DEUS - dando assim a entender que aquela fábrica e templo foi instituído e edificado em nome do mesmo Deus a quem se dedicava, sendo o mesmo Senhor o princípio e o fim de tão magnífica obra; e como, no Evangelho de São João, se acham as mesmas palavras e doutrina, por essa razão se manda tomar o juramento sobre aquele lugar, para assim mostrar que todo o instituto dessa congregação se vai fundando na mesma doutrina que Salomão observava de sua sumptuosa obra."
...Ajoelha com o joelho direito sobre um esquadro, - põe a mão direita sobre a Bíblia, aberta no Evangelho de São João, pega, com a mão esquerda, num compasso, colocando uma ponta sobre o peito esquerdo;.....
O TRATAMENTO AMADO IRMÃO
Amado Irmão é o tratamento utilizado pelos Adonhiramitas. Sua origem é desconhecida mas, reconhecidamente, sua adoção é antiga. É encontrado em antigos rituais do século XVIII:
"Em que golfo, em que vagos pensamentos, meus amadíssimos Irmãos, vos vejo ainda flutuando Ferrada sobre as âncoras, no porto mesmo, não deixa uma alterosa nau de flutuar incerta, ao vai e vem continuo das cavadas ondas"
Na 17.ª Ata da Assembléia do Povo Maçônico, do Grande Oriente, realizada em 04 de outubro de 1822, referindo-se à eleição e posse do Imperador D. Pedro I ao cargo de Grão-Mestre do Grande Oriente, consta o seguinte trecho:
"...prestação do juramento do nosso muito amável e muito amado Irmão Guatimozin...".
A razão do tratamento "na atualidade justifica-se pela tradição, bem como demonstra no próprio chamamento os laços de amor fraterno que unem os maçons.
A LEI INICIÁTICA DO SILÊNCIO.
O nascimento simbolizado pela iniciação é procedido pelas fases de aprendizado e companheirismo. O homem novo, advento da ec1osão do óvulo iniciático no interior da terra (Câmara das reflexões) passará pelo processo de aculturamento. Aprenderá o significado oculto dos símbolos, somente acessível aos iniciados. Trata-se de uma nova linguagem.
Uma criança em tenra idade começa a aprender a falar quando começa a distinguir os sons.
Inicialmente os sons simbolizados pelas vogais, diz-se então que a criança está a "soletrar".
A combinação das letras resulta em outros sons de natureza mais complexa, para tanto, surgem as consoantes que dão origem às sílabas, passará então a criança a "silabar'.
Para o conhecimento da palavra, necessário se faz conhecer a letra e posteriormente a sílaba. Somente assim a palavra poderá ser utilizada de forma a se tomar compreensível e útil.
Mesmo no mundo profano os neófitos em qualquer ramo da atividade humana mais têm a ouvir e aprender que falar e ensinar.
Calar para ouvir, ouvir para aprender, aprender para ensinar.
O falar não é o elemento primordial em um sessão maçônica, notadamente do Rito Adonhiramita.
O Rito é reconhecidamente hermético, refletindo-se diretamente em sua liturgia. A interação entre os indivíduos se dá numa dimensão não física. É uma dimensão além dos sentidos não alcançada pela audição, olfato, tato, visão e locução.
A palavra é instrumento de transmissão, de convencimento. O trabalho maçônico transcende a necessidade do convencimento.
Aqueles que desconhecem a profundidade do sentido oculto da Lei Iniciática do Silêncio argumentam que o silêncio dos aprendizes e companheiros se confronta com o princípio maçônico da igualdade. Entretanto, há de se considerar que o princípio da igualdade não é ferido quando a eles é proibido o conhecimento dos sinais, toques e palavras dos demais graus.
Há "um tempo para cada coisa." (Eclesiastes, 3, 1-8).

*Pesquisa: Amado Irmão Rui Barbosa
ARLS 05 de Agosto nº 338 - Or.`. de Marabá Paulista-SP

AS COLUNAS

(*) Por Ir.’. Fernando Guilherme Neves Gueiros

Verdadeiras Arquiteturas e Obras de Salomão e Hiram-Abif!
Estas colunas todas as vezes que mencionadas evocam a imagem do Templo do G.'.A.'.D.'.U.'., por tradição chamado Templo de Salomão. Neste ensaio, pretendo demonstrar esta obra específica de Salomão e Hiram-abif, suas origens, localizações, tamanhos, finalidades e o mais difícil, seus nomes e significados.

ORIGENS
Eram comuns à época estas colunas e obeliscos, serem erigidos para se "louvar" os deuses e destes angariar favores e, havia também, uma tradição disseminada dos governantes marcarem suas histórias e realizações pessoais com obeliscos ou colunetas, antes e durante ao advento de registros escritos ou figurativos e para isto usaram destas colunas e obeliscos.

Como exemplos, mais conhecidos, os diversos obeliscos Egípcios, quase todos monolíticos e inúmeros outros. Esses pilares foram comuns na Síria, Fenícia e Chipre naqueles tempos.  Houve também, imensos pilares, alguns de fogo ou incensa, que eram parecido a sua contra-partida de fenício e eles teriam a finalidade de iluminar a fachada do templo à noite, ainda também, pegando o primeiro amanhecer ou anoitecer, refletir a fachada do templo, e produziam uma nuvem de fumaça escura durante o dia.

Também foram descobertas as fundações de pilares semelhantes nos locais dos templos em Hazor e condado Ta'Yinat que tinham duas colunas em suas entradas, semelhantes a que seriam construídas no templo. Herodotus (484 - 425 a.C.), historiador grego, também conhecido como "Pai da História", descreveu dois grandes pilares próximos ao Templo de Hercules em Pneu, que eram iluminadores da noite.

PORQUE DA SUA ORIGEM NO TEMPLO HEBREU
Cabe como prólogo desta questão, perguntar-se, porque a falta de menção das colunas nas narrações ao advento da construção do Templo? Não será por meros erros ou por omissões dos copistas ou escribas, em que não há por nenhum momento a menção destas colunas quando das definições da arquitetura e obras do Templo. Vide todas as discrições havidas em REIS ou CRONICAS (I REIS, cap.6, versc. 1~38 - II CRONICAS, cap. 3, versc. 1~14).

Ver-se-á na ocasião, quando o Rei Davi dispôs a seu filho Salomão a planta do Templo recebida do G:.A:.D:.U:. narrações tão peculiares e ostensivamente pormenorizadas de coisas e detalhes, não havendo, entretanto, por menor que fosse, qualquer menção destas colunas. Vide I Crônicas, cap.28, versículos: 11~21; cap.29, versículos 1~9. Somente terminadas as obras do Templo (I REIS: 7: 37 e 38), começam a aparecer menções a estas famosas colunas. Vide I REIS, cap. 7, versículos 15~22.

Porque mandara Salomão fazer estas colunas?
Porque elas não fizeram parte do Templo quando de sua arquitetura primordial?
Porque nos esboços e nas obras do Templo elas não foram jamais mencionadas?
À que serviriam?
Foram para demarcar a obra e sua posteridade?

Para responder a estas questões faz-se necessário demonstrar o caráter ambíguo dos arquitetos e construtores destas obras.

-Vivera o povo Hebreu sobre o jugo dos Egípcios por mais de cinco séculos antes do êxodo. É obvio deduzisse que esta convivência poderia e teria incorporado hábitos e coisas daqueles povos ao Povo Hebreu e suas descendências.

-Era o arquiteto Hiram-abif (judeu por parte de pai), filho de Tiro, cidade Fenícia, familiarizado com o estilo de construções Egípcias e Fenícias, em pedra talhada e com a arquitetura megalítica dos antigos.

-Eram os Templos de Carnaque e Luxor, há época, precedidos de obeliscos, como tantos outros e notórios.

-Tantos os executores, como os arquitetos, que eram de Tiro, indubitavelmente, teriam tido uma grande influência no projeto dos pilares para o templo em Jerusalém.

-Estas obras (as colunas) jamais teriam caráter de quaisquer tipos de adorações (totalmente proibido pelo Talmude e o Torá) ou messiânicas. Portanto não eram para ser sagradas. Não fariam parte do Templo, como não fizeram na sua arquitetura primordial.

Dado a ambigüidade, ao se erigir estas colunas demarcou-se o momento pessoal dos arquitetos e executores destas obras e seus nomes para posteridade, e disto não tenho a menor dúvida. Julgo, também, pela síntese da pesquisa especulativa e dedutiva serem estas colunas um marco, os obeliscos que encerram em si o desejo de marcar uma obra. Um monumento comemorativo. Inicial e tão somente.

LOCALIZAÇÕES
Em diversos autores e livros muito se tem especulado sobre a posição destas colunas; à direita ou esquerda estaria Jaquim; à direita ou esquerda estaria Booz.

Uns dizem, sendo o Templo construído no sentido de sua porta de entrada estar para Leste (o sol), Jaquim estaria à esquerda, isto por óbvio, de quem estiver dentro do Templo olhando para fora. Estando fora do Templo estaria à direita e há assertivas de ser esta sua verdadeira posição o que se demonstra a seguir. De antemão, não há quaisquer duvidas que elas foram postas à frente do Templo.

Para determinar estas colocações tomaremos por base duas dissertações que nos parecem por demais definitivas, ou sejam, em Crônicas e REIS.

II Crônicas, cap. 4, versículo:
17- "E pôs estas colunas no vestíbulo do Templo, uma à direita e outra à esquerda: a que estaria à direita, chamou-a Jaquim e a que estava à esquerda, chamou-a Booz". (Grifo meus).

I REIS, cap. 7, versículo:
21- "E pôs estas duas colunas no pórtico do Templo, e tendo levantado a coluna direita, chamou-a por nome Jaquim. Levantou do mesmo modo a segunda coluna, e chamou-a por nome Booz". (Grifo meus).

Este último relato, ipsis litteris, põe quaisquer discussões de se estar dentro ou fora para se determinar às posições das colunas fora de contexto. Pode alguém duvidar agora de que este "ato de levantar" que se fez diante de um Templo terminado (e seu pórtico externo - vestíbulo), de que os termos "direita" e "esquerda" só podem ser considerados desse ponto de vista? De quem olha este levantamento.

Aclara e corrobora em Antiguidades Judaicas, de Flavius Josepho, nascido em Jerusalém em 37 d.C. e falecido em Roma 100 d.C., a seguinte discrição: "Ele colocou (Hiram-abif) uma dessas colunas junto à ala direita do vestíbulo, e chamou-a de Yachïn, e a outra à esquerda, sob o nome de Baïz". (Grifo meus).

O termo vestíbulo em qualquer idioma é entendido, comumente, como espaço entre a rua e a entrada dum edifício. Quando se quer determinar uma área ou um espaço que seja interno é usual determina-lo como "vestíbulo interno".  Por outro lado, por excelência, e confirmada em diversas narrações na Bíblia, é que os Povos na antiguidade determinavam os pontos cardeais dos nossos dias olhando para o SOL, seu ponto de referencia primordial. Para se determinar o ponto Leste do Templo teria que se estar à frente do Templo olhando para o Sol.

O Sol pelo seu simbolismo ou analogias físicas representava o nascer, o clarear do dia, da jornada. Diversos foram os Povos em que suas seitas tomaram o Sol como sua principal divindade. O ocidental, e acentuadamente após a criação da bússola magnética, passou a se orientar pondo o Norte à sua frente, por uma questão lógica e física, para determinar a orientação pelo pólo magnético Norte daquela (à bússola). Estas digressões são para afirmar o quanto se dava de valor aos astros para suas orientações e divindades.

TAMANHOS
As duas colunas sobre as quais estamos argumentando foram alvo de várias polêmicas quanto à sua altura, principalmente por dúvidas causadas pelas diferenças apresentadas pelos cronistas de REIS que apresentam-na com 18 côvados de altura enquanto os cronistas de CRÔNICAS apresentam a altura de 35 côvados. Podemos pela própria leitura dos textos se fazer alguma análise:

É dito em I REIS, cap.7, versículo:
15 - "E fundiu duas colunas de bronze: cada uma delas era de dezoito côvados de altura: e a ambas colunas dava voltas uma linha de doze côvados".

É dito em II REIS, na tomada e destruição de Jerusalém, cap. 25, versículo:
17 - "Cada coluna tinha dezoito côvados de altura":...,

É dito em Jeremias, na tomada e destruição de Jerusalém, cap. 52, versículo:
21 - "E quanto às colunas, cada uma delas tinha dezoito côvados de alto e a cercava um cordão de doze côvados. Ora a sua grossura era de quatro dedos, e era oca por dentro".

Quanto a II de Crônicas está descrito em cap. 3, versículo:
15 - "E fez diante da porta do Templo duas colunas que tinham trinta e cinco côvados de altura":

É evidente que na descrição do cronista de Crônicas, ela é sucinta e não descreve se se tratava de valor para cada coluna ou o total de ambas. Se por elipse gramatical tomarmos o trecho: "que tinham 35 côvados de altura", poder-se-iam considerar o que somavam de ambas.

Pelas três primeiras assertivas, caprichosamente bem descritas, somos levados a tomar como corretas estas alturas. Outrossim, diante da premissa que o templo media sessenta côvados de comprimento, vinte côvados de largura e trinta côvados de altura (REIS 6: 2), tais colunas não deveriam ser maiores que a altura do templo; portanto, não teriam 35 côvados.

Arquiteturalmente, a proporção de quase ⅔ da altura do prédio, isto é dezoito côvados, estaria mais condizente e não empanariam o Templo, principal obra. Pelas definições de Jeremias capítulo 52, versículo 21, pode-se afirmar terem estas colunas em medidas atuais (em metros) 9,45 metros de altura; 6,30 metros de circunferência e quatro dedos de espessura que equivaleria a 0,87 mm, e eram ocas. Elas pesavam mais de uma tonelada. Se considerarmos o capitel, a sua altura passaria a ser de 12,07 metros de altura. Nabuzeradã (o caldeu) as levou para a Babilônia, em pedaços, na destruição do templo.

OS NOMES
Não será simples dissertá-los, caso venhamos a conferir a estas colunas algum caráter meramente filosófico ou religioso. Tentarei a seguir, baseado nas análises de escritos em REIS e CRÔNICAS, tecer alguns comentários e entendimentos sobre os nomes destas colunas. Não há e não houve, por outro lado, o poder sacerdotal na concepção destas colunas. Se houve, é estranha a falta de quaisquer registros, uma vez que todos governantes temiam o mundo sacerdotal e dos profetas e eram fatos de registros. Quantos Profetas e Sacerdotes não foram perseguidos e sacrificados?

Para isto, por força de não encontrar quaisquer indícios de fundo religioso para estas colunas, baseado na estrutura sócio-religiosa do povo Hebreu à época, em que não se permitia erigir sobre qualquer forma, fossem em madeira, pedra, barro, couro, etc., imagens, retratos ou totens que representassem a figura humana, principalmente, ou viessem a representar endeusamentos, pois eram severíssimas as punições pelos Rabinos e Profetas, descarto a possibilidade religiosa.

Cristo foi crucificado, só por conceber em metáforas e parábolas sua condição de ser filho de Deus, o Messias esperado, a quem os Judeus aguardam até os dias atuais. O caminho que me parece mais simples é o do SIMBOLISMO (do marco). Mesmo no aspecto FILOSÓFICO esbarraríamos na falta de registros de vários porquês, sobretudo os interesses pessoais e atitudes pessoais para a concepção destas colunas. Posto isto, iremos começar pelos registros em I de Crônicas, capitulo 22, versículo:

10 - "Ele edificará uma casa ao meu nome, e ele será meu filho, e eu serei seu pai: e eu firmarei o trono do seu reino sobre Israel eternamente".(Grifo meus).

E em I de Crônicas, capítulo 28, versículo:
7 - "E firmarei para sempre o seu reino, se perseverar em cumprir os meus preceitos, e os meus juízos, como Ele o faz presente".

Acima vemos os relatos de Davi, quando ordenou a Salomão a construção do Templo de Deus. As frases em grifos foram como Davi relatou a seu filho Salomão a "conversa" havida com Deus. Vejam que neste momento, nestas orações, estão posto, a afirmação "firmarei" [o trono do seu reino] e [para sempre o seu reino], isto é, firmar assegurar o pacto com DEUS.

מ י ך י (Jakin) - Ele firmará. Ele estabelecerá. ז ב (Boaz) - Em Força. Na força.

Qualquer similitude ou similaridade com a tradução da palavra Jakin ou Boaz, acima representado também em Hebraico, não é mera concepção para coincidências com o relatado por Davi a Salomão. Temo, chegando quase à assertiva, pelo contexto dos registros, serem estas colunas o conteúdo do simbolismo da ação de ser Salomão o nomeado eleito de Deus, quanto ao registro deste ter sido o escolhido e também edificador do Templo. Elucubremos os termos: Ele firmará e Em força. Poder-se-ia construir as seguintes frases com simbolismos diferentes. Exemplo:

Firmado (estabelecido) meu Reino no Real Poder.
Deus assegurou na força (realeza), solidamente, o Templo e a Religião de que ele é o centro.

Quaisquer das duas frases carregam em si o estabelecimento de um ocorrido, do qual todos esperavam, a edificação do Templo de Deus e o "coroamento" do Reinado de Salomão, disto, já havia se passados longos sete anos na construção do Templo. Para os tempos de hoje estes marcos seria uma inauguração. Ressalte-se conforme registros, ter havido comemorações que levaram dezenas de dias, tanto quanto neste dia, no ato feito por Salomão da bênção do TEMPLO, ele, o próprio Salomão, foi novamente ungido (rogativa) ao pé da coluna, provavelmente Jakin (pois assim se passou a proceder com todos os outros REIS: II Reis 11: 14 e II Crônicas 23: 13), vejamos em:

II de Crônicas capitulo 6, versículos:
13 - "Porque Salomão tinha feito uma base de bronze de cinco côvados de comprido, e outros tantos de largo, e três de alto, que tinha colocado no meio do átrio: pôs-se de pé sobre ela: e depois posto de joelhos com o rosto virado para a multidão de Israel, e as mãos levantadas para os céus disse":...

I de REIS capitulo 8, versículo:
54 - "Sucedeu, pois, que tendo Salomão acabado de fazer oração, e esta rogativa, se levantou de diante do altar do Senhor: porque ele tinha postos os joelhos em terra, e tinha as mãos estendidas para o céu".

55 - "Pôs-se logo em pé, e abençoou a todo ajuntamento de Israel, dizendo em voz alta":...

Novamente, por elipse gramatical, tomemos o termo: "posto de joelho", em Crônicas e rogativa (ungição) em I REIS. Posto de joelhos, entender-se-ia que ao mesmo se solicitou pôr-se de joelho e rogativa é uma ação de bênçãos sacerdotais. Ao ser ungido, tradicionalmente, se colocava o ente a ser sagrado frente ao altar para receber as bênçãos sacerdotais. Fazia-se por outro lado a rogativa aos sacerdotes por venturas do reinado, ocasião em que se imolavam as "vítimas" nos altares.

E assim se fez, a publico, para conhecimento de todo povo de Israel e ao lado da coluna Jaquim.

Para finalizar, ao término das dissertações sobre as Origens ou as possíveis Origens para as colunas, concluo com a assertiva de que estas colunas foram para firmar a construção do Templo e tornar para posteridade a afirmação do eleito de Deus.

Dedico este trabalho ao irmão gêmeo de Iniciação à Maçonaria Ir:.Marco Túlio Scussel, luz recebida numa quinta-feira em 17.10.1985 da e.v., na Loja Sphinx Paulistana no. 248

Bibliografias:
Bíblia Católica - Edição Barsa - Trad. Pe. Antonio Pereira de Figueiredo.
Bíblia Evangélica - Sociedade Bíblica do Brasil - Trad. João Ferreira de Almeida.
Ritual do Simbolismo - 1º e 3º Grau Segunda Edição 1987 - GLESP.
Rituais Filosóficos - Supremo Conselho do Grau 33 do Rito Escocês Antigo e Aceito da Maç:. para a Rep:. Fed:. do Brasil.
A Simbólica Maçonaria - Jules Boucher - Editora Pensamento - 1988.
Dicionário Ilustrado de Maçonaria - Sebastião Dodel dos Santos - Editora Essinger - 1984.
O Templo do Rei Salomão na Tradição Maçônica - Alex Horne (Grau 33) - Editora Pensamento - 1989.
A Cabala Tradição Secreta do Ocidente - Papus - Editora do Brasil - 1986.

(*) Fernando Guilherme Neves Gueiros
M.'.M.'., ex-Sphinx Paulistana 248, GLESP - SP / Brasil

NAS ORIGENS DA MAÇONARIA

Por Pierre Mollier - Tradução José Filardo

A Maçonaria nasceu oficialmente em 1717 na Inglaterra, mas as circunstâncias do nascimento parecem bastante obscuras. Conhecem-se os acontecimentos antes dessa data, e que fizeram a conexão entre os maçons operativos da Idade Média e os maçons mais intelectuais do Século XVIII ?

O ano de 1717, marca efetivamente a criação da primeira Grande Loja em Londres, e em seguida, a implementação do sistema maçônico que vais se perenizar até hoje – com algumas mudanças, é claro. A origem da Maçonaria se situa, portanto, na Inglaterra e todo o desafio é entender como uma fraternidade profissional – a dos maçons –  transformou-se em uma sociedade de reuniões e de convívio social. Este fenômeno é – deve-se repetir – exclusivamente britânico  na França, por exemplo, os Companheiros do Dever não se transformaram em Maçonaria.  

A Scotland está no centro dessa transformação, a partir do final do século XVI  e durante todo o século XVII. A data mais antiga que podemos afirmar para o que irá se tornar a Maçonaria é 1599. Naquele ano, William Shaw, mestre de edifícios do rei em Edimburgo dá novos regulamentos aos pedreiros. Estes ” Estatutos Schaw” apresentam uma nova concepção de loja que vai se tornar aquilo que nós conhecemos ainda hoje. Ele não está necessariamente ligada a um canteiro de obra temporário, mas se vê dotada  de uma personalidade moral e sustentável. É assim que de 1599 data a primeira ata de que dispomos por ocasião do relatório de trabalhos da Loja Haven de d’Aitcheson – uma aldeia na costa, a cerca de 10 km a leste de Edimburgo – em 9  de Janeiro de 1599. A partir dessa data, uma série de documentos fazem a vinculação com a atual Maçonaria.  

Isso posto, é claro que é muito provável que nem tudo foi inventado em 1599.  Assim, os estatutos Shaw incorporam elementos dos “Antigos Encargos”, os regulamentos dos pedreiros da Idade Média, o que significa que devia muito bem existir uma ligação entre os pedreiros medievais e os maçons do século XVI , mesmo que ele não esteja documentado.

Existe, portanto, uma ligação real entre os pedreiros de ofício, chamados maçons operativos, e os maçons filósofos do século XVIII , chamados ” Maçons especulativos “?

Esta é uma das grandes controvérsias que dividem os historiadores da maçonaria desde alguns anos. Para alguns, a Maçonaria é a herdeira de uma maçonaria operativa que foi gradualmente transformada em uma sociedade mais simbólica. Para outros, a Maçonaria é um produto puro do século XVIII  nada fazendo além de retomar  antigas tradições de volta para se revestir de legitimidade.  

Por trás desses debates escondem-se pressupostos ideológicos  : Os defensores da continuidade são frequentemente influenciadas pelo filósofo René Guénon, que acredita que a dimensão iniciática da Maçonaria vem desta experiência de confronto com a matéria dos maçons de antanho. Se esta ligação não existisse mais, a dimensão iniciática da Maçonaria desapareceria. Por outro lado, aqueles que acreditam que tudo foi criado no século XVIII  percebem a Maçonaria como  um produto do Iluminismo. O historiador que eu sou estima que a verdade está entre as duas correntes  : se está claro que a primeira Grande Loja em 1717 corresponde a um espírito e a um novo projeto, os materiais que ele usa são, sem dúvida, diretamente retirados das tradições dos maçons de ofício, ainda bem vivas.

Como explicar este apego tão forte aos pedreiros medievais que, embora eminentemente talentosos, eram em sua grande maioria analfabetos, enquanto os maçons do século XVIII  representam uma elite social?

Temos uma concepção caricata dos maçons operativos. Temos de sair do estereótipo moderno do homem com as grandes mãos calejadas, apenas bom para quebrar a pedra, em relação ao maçom intelectual. O corte de pedra, certamente, supõe uma certa força física, mas também uma verdadeira habilidade em geometria, e até mesmo um ramo da geometria particularmente complicado, a geometria descritiva subjacente à estereotomia. Quem já teve a oportunidade de admirar os esboços preparatórios para o corte de pedras fica chocado com sua sofisticação e delicadeza. Até o século XVIII, os arquitetos são ainda muitas vezes antigos mestres maçons.  

Sendo esse o caso, pode-se perguntar por que somos maçons livres, e não padeiros livres ou jardineiros livres, profissões igualmente honradas? Sem dúvida porque desde o Renascimento, a arquitetura goza de grande prestígio. Ela é considerada uma atividade que mobiliza conhecimentos universais. Os tratados de arquitetura deste período são, ao mesmo tempo, muito técnicos e filosóficos. Um arquiteto deve ser, igualmente, de certa forma, médico – precisa velar pela higiene pública em um edifício, sua ventilação, sua luminosidade… – músico – hoje diríamos engenheiro acústico – para que o edifício tenha a  ressonância adequada,  etc. Há um lado Prometeano na arte de construir e, portanto, no ofício de maçom. Além disso, até o século XVIII , a cultura arquitetônica fazia parte da cultura geral  : todo intelectual devia dominar as noções básicas.

FONTE: BIBLIOT3CA

O GRANDE ARQUITETO DO UNIVERSO

A crença em Deus, o Nome de Deus, Deus e a Maçonaria



A CRENÇA EM DEUS
Deus existe?
Esta pergunta é uma das tantas incógnitas sobre as quais o Homem tem-se debruçado ao longo da sua existência.
A história nos ensina que não tem existido nenhum povo que não acreditasse na existência de um Ser Supremo, criador de todo o que existe. Mas, por outro lado, sempre tem havido pessoas que, possuidoras de um espírito livre pensador ou liberal, ou por falta de interesse no tema, dizem não acreditar em Deus. Estas pessoas, denominadas de ateus, tem apoiado seu descrédito em Deus no conhecimento científico argumentando que somente acreditam naquilo que pode ser demonstrado cientificamente.

Justamente a ciência foi considerada até um passado muito recente como uma das mais fortes inimigas das crenças religiosas que insistiam em manter os povos dentro da maior escuridão mental. Os grandes cientistas da humanidade, tais como Newton, Laplace e Galileu, descobriram leis da física e da astronomia, causando admiração dentre de seus contemporâneos e nestas leis descobertas por eles é dispensada a hipótese de Deus. A auto estimação do Homem chega a níveis insuportáveis com a descoberta destas leis, somente que ele esquece que descobrir algo existente é diferente de criar algo que nunca existiu; e isto é justamente a limitação do Homem. A Igreja católica contra ataca condenando os cientistas que ameaçam rebelar-se da sua tutoria absolutista mas não consegue evitar o avanço do racionalismo empírico, alimentado pela insaciável fome de saber. Longe estavam cientistas e religiosos de imaginar que seus caminhos tendiam a se encontrar. No século 20 o conhecimento avançou com longos passos liderado pelos surpreendentes descobrimentos da teoria da relatividade e da mecânica quântica. Surge a nova física, das partículas elementares, a astrofísica, a biologia molecular. Nasce a ciência espacial com suas viagens e satélites, entre os quais o IRAS (Infra Red Astronomic Satellite) que entre Janeiro e Novembro de 1983 inundou os computadores da NASA com dados sobre a distribuição do calor no céu. Os cientistas começam a ficar fascinados ante a constatação da harmonia, equilíbrio e beleza do Universo. Tudo parece ter sido montado para que, da profundeza abissal de um oceano de energia primordial, o vácuo quântico, devessem surgir as partículas elementares, depois a matéria ordenada e, finalmente, a matéria complexa que é a vida.

Desde quando existe o Universo? Como ele foi criado? Que existia antes da existência temporal do Universo? Nos não sabemos e, provavelmente, nunca chegaremos a desenvolver um conhecimento que permita responder estas perguntas.

Hoje é admitido que faz uns 13 bilhões de anos houve uma expansão violenta conhecida como Big Bang quando toda a massa e energia do Universo que estava concentrada em um volume pequeno, se expandiu em fração de segundos com uma velocidade inflacionaria, maior do que a luz até atingir a dimensão atual. Formam-se as grandes estrelas vermelhas, as galáxias, as estrela menores, os planetas; combina-se o hidrogênio com oxigênio formando a água, etc. Inúmeros fatores foram acionados para convergir até a formação do ambiente no qual, futuramente, existiria a vida.

Já falamos da admiração dos cientistas frente a perfeição do Universo. Tudo está relacionado com tudo e da forma mais exata. Por exemplo, a força gravitacional que atrai todos os corpos e que não varia nem um milésimo por cento, por que se assim fosse todo o sistema explodiria. Se a interação nuclear que mantém a coesão dos núcleos atômicos, fosse 1% maior, o hidrogênio não poderia existir e, sem hidrogênio não teríamos água. E sem água não teríamos vida. Se a força eletromotriz que confere coesão aos átomos e moléculas e permite as ligações químicas, fosse aumentada, estaria descartada a possibilidade da cadeia ADN e assim a produção e reprodução da vida; (ADN, ácido desoxirribonucléico que possuem as células e que por médio dele, características específicas são transmitidas de célula mãe para célula filha). Tudo se articula, tudo se relaciona, cada elemento por diminuto que ele possa parecer, tem uma função tão importante no sistema que, sem ele tudo o processo eterno se interrompe.

O Homem tem capacidade para construir obras gigantescas (para ele) de engenharia, máquinas e tantos outros elementos que são necessários para a nossa vida quotidiana. Mas a capacidade do Homem é limitada e isto é tão verdadeiro que ele não consegue construir duas coisas exatamente iguais; isto para ele é tecnicamente impossível. E tanto é assim que o projetista de uma máquina aplica uma tolerância a todas as medidas, para mais ou para menos, dentro das quais a peça final poderá ficar; por exemplo uma dimensão de 28 mm com uma tolerância de +/0.13 mm significa que a peça sendo construída poderá ficar entre 27,87 mm e 28,13 mm e será considerada como uma peça boa. Por que existe essa tolerância? Porque a tecnologia de hoje não consegue fazer um conjunto de peças que todas elas tenham 28,00 mm. Você já imaginou esta mesma tolerância aplicada na constante universal de gravitação ou no movimento dos astros?

O Homem com a sua inteligência tem descoberto algumas das leis que regem parte do Universo mas nunca, evidentemente, chegou a criar ou modificar uma destas leis. O Homem só investiga sistemas existentes e não tem capacidade para criar a matéria, o átomo, a célula, o tempo, o espaço. E felizmente ele não tem essa capacidade por que se assim fosse ele já haveria acabado com a vida em nosso planeta, com sua sede de poder e riqueza.

Stanley Miller, em 1953, demonstrou que a descarga elétrica em determinadas condições pode formar moléculas complexas análogas as formadas pelos seres vivos. São os aminoácidos que podem formar proteínas moléculas gigantes que resultam da combinação de 100 a 3.000 moléculas de aminoácidos. Aminoácido é um ácido orgânico em que parte do hidrogênio não ácido é substituída por um ou mais radicais Aminados (NH 2); ou qualquer ácido assim constituído que se obtém pela hidrólise de uma proteína; as proteínas são formadas de um número variável de aminoácidos. Esta combinação é realizada pelos seres vivos através de um processo denominado síntese de proteínas. Esta experiência de Miller utilizava vapor de água, metano, amônia, hidrogênio e descargas elétricas. Como poderiam no início dos tempos ter-se combinado os aminoácidos sem ter esses elementos mencionados e, o mais importante, se não havia seres vivos para tal?

Todos os seres vivos precisam de alimentos e por tanto a primeira forma de vida, teria sido capaz de fabricá-los. Um organismo que é capaz de produzir o seu próprio alimento é chamado de autótrofo; todas as plantas clorofiladas e cartas bactérias são autótrofas. A maioria dos seres autótrofos usam o calor solar para formar alimentos e algumas bactérias usam energia obtida em reações químicas. Um organismo heterótrofo é incapaz de fabricar seu próprio alimento; precisa recorrer a uma fonte externa para obtê-lo. Todos os animais são heterótrofos, a maioria das bactérias e outros protistas como o bolor e o cogumelo também são. Protista é um ser normalmente pequeno mas existem certas algas com até 30 m de comprimento, de características de vida ainda que não bem diferenciadas, parecem comum aos animais e as plantas; (Ernest Haeckel, evolucionista alemão 18341919). Esta hipótese supõe que a forma mais primitiva de vida desenvolveu-se de substâncias inanimadas e que isto ocorreu há bilhões de anos. A dúvida que surge é de onde os heterótrofos conseguiam alimentos se não havia autótrofos para produzi-los. Este e outros problemas tem sido estudados por cientistas obtendo-se alguns resultados parciais, mas permanecendo muitas dúvidas e especialmente a criação do primeiro elemento quando ainda nada existia.

Os mais reticentes em aceitar a presença divina no início da criação argumentam que a vida veio a existir por acaso inicialmente e pelo processo de evolução depois. Na ideia deles, nunca existiu um Criador, um Deus. Espontaneamente elementares componentes químicos viriam a combinar-se nas quantidades certas, sob a correta pressão, temperatura e tempo. E estes acontecimentos casuais repetiram-se milhões de vezes. Mas, de onde viriam ou quem haveria criado esses primeiros componentes químicos elementares e as condições de pressão, temperatura e tempo?

Mas vamos a desconsiderar estas dúvidas e continuar com a análise de esses eventos acontecerem pelo acaso.

Se eu deixar cair no chão uma caneta tipo comum, ela irá a ficar em diferentes posições que eu poderei identificar conforme os graus em um círculo de 360º. Depois de milhares de vezes a caneta terá ficado em cada um dos 360º um número variável de vezes; de uma coisa podemos ter certeza: a caneta nunca vai ficar em pé, equilibrada na sua ponta. Para chegar a essa conclusão estamos usando a Teoria das Probabilidades e a sua irmã, a Estatística. A Teoria de Probabilidades data do início do século 17, mas foi sistematizada somente entre os anos 1920 e 1930. A elaboração da Teoria de Probabilidades tomou precisos os conceitos de probabilidades dandolhes sólida fundamentação matemática e seu estudo forma parte do currículo de quase todas as disciplinas universitárias assim como na pesquisa e em todas as áreas da engenharia. Chamase espaço amostral ou espaço das possibilidades do conjunto, todos os resultados possíveis de ocorrer em um experimento sujeito ás leis do acaso. Dentre deles teremos o próprio espaço amostral (evento certo de ocorrer) e o conjunto vazio (evento impossível de ocorrer). Os expertos em Cálculo de Probabilidades descartam como impossível de acontecer todo evento que tenha 1050 vezes de probabilidades de ocorrer. Isto significa que se eu lançar a caneta 1050 vezes e ela não ficar em pé, não adianta quantas vezes mais eu lançar a caneta, que esse evento não irá a acontecer.

Voltando a teoria que a vida teria sido formada por acaso, temos primeiro que formar uma molécula simples de proteína. Só que os evolucionistas admitem que a probabilidade de os átomos e as moléculas se combinarem para formar uma única molécula simples é de 1 em 10113. Mas muito mais do que uma simples molécula de proteína é necessária para a vida. São necessárias umas 2.000 diferentes proteínas apenas para uma única célula manter a sua atividade e a sua possibilidade de que todas elas ocorram ao esmo, por acaso, espontaneamente, é de 1 em 1040.000.

Conclusão: Vemos que a ciência está cooperando com a religião no sentido de reforçar a crença em Deus. Louis Pasteur escreveu: “Pouca ciência afasta de Deus; muita, a Ele reconduz”. Erraram as hierarquias da Igreja católica quando condenaram a Galileu e queimaram a Servet. Mas, como eles poderiam prever que a ciência procura a mesma Verdade que eles?. Se tivessem tido essa clarividência a humanidade estaria hoje em um estágio bem mais avançado.

O NOME DE DEUS
Se perguntarmos aos cristãos qual é o nome de Deus, as respostas serão diferentes umas das outras: alguns dirão que o nome é Deus mesmo, outros que é Cristo ou Jesuscristo (fazendo uma confusão entre Deus e o Filho de Deus), outros nomes dados seriam Jehovah ou Jahve e, ainda haverá os que indicariam um título e não um nome tal como Pai Celestial, Senhor, Grande Arquiteto do Universo e, finalmente, haverá aqueles que dirão que não é permitido pronunciar o nome de Deus e que são os seguidores do judaísmo.

Não conseguindo uma resposta definida, nosso próximo passo será abrir as páginas da Bíblia e, dentro delas, procurar o nome de Deus. E encontraremos que Bíblias impressas nos tempos modernos não contém o nome de Deus e em outras, haverá diferentes nomes. São liberdades dos tradutores?. Lembremos que o Antigo Testamento foi escrito nas línguas aramaico e hebraico antigo, que hoje são línguas mortas; no hebraico antigo eram usadas unicamente consoantes. Traduzir esses livros para as línguas modernas foi, além das dificuldades de conhecimento dessas línguas mortas, uma pesada responsabilidade considerando que para os cristãos a Bíblia é a palavra de Deus revelada e seria uma heresia se alguém mudar ou omitir parte do conteúdo original.

Mas, o que entendemos por nome? No Dicionário Enciclopédico Brasileiro lemos que nome é a palavra que distingue e designa uma pessoa, animal ou coisa, bem como ação, estado ou qualidade. No Dicionário Sopena, edição espanhola, lemos que nome é a palavra que aplicada aos objetos e as suas qualidades serve para designá-los e distingui-los. Hoje nos damos nomes só com o intuito de distinguir ou diferenciar e o vulgo aplica sobrenomes especialmente as pessoas para destacar alguma qualidade ou defeito. Nos tempos antigos, e as tribos de índios são um exemplo disso, os nomes tinham o objetivo principal de lembrar características das pessoas. Esse costume nos da uma primeira explicação de porque o nome de Deus deixou de ser pronunciado pela religião judaica. Se dar um nome ressalta-se uma característica ou uma qualidade, ela estaria relegando a um segundo plano as outras. Para explicar melhor, se darmos um nome a Deus lembrando sua bondade estaríamos relegando a um segundo plano outras virtudes como a sua onipotência e estaríamos caindo no pecado de heresia.

Uma outra versão que poderia explicar porque os judeus não pronunciam o nome de Deus encontramo-la no 3º Mandamento que ordena que não deves tomar o nome de Jeová, teu Deus, em vão. Aparentemente os judeus ortodoxos, profundamente rigorosos, exageraram na interpretação de este Mandamento e para evitar o risco de ter o nome de Deus usado em vão simplesmente ordenaram que ele não deve sequer ser pronunciado.

As traduções usam diferentes versões para o Tetragrama e em duas delas podemos ver as quatro letras YHWH ou também JHVH, que haveriam originado os nomes Yahve e Jehovah. Observemos que as duas formas preservam as 4 letras do Tetragrama. A forma Jeová ou Jehovah é a mais usada em todas as línguas ocidentais, mas não é errado usar Yahveh ou Iavé pese a que o Dicionário etimológico acha pedantismo usar Yavé. O Tetragrama tem sido analisado por diferentes doutrinas e filosofias iniciáticas; lembra os 4 elementos terra, ar, água e fogo como elementos de purificação.

O Tetragrama é uma forma do verbo hebraico háwah que significa tornar-se. Assim o nome de Deus o identifica como aquele que torna realidade suas promessas, aliás um nome muito apropriado para Deus. Eruditos judaicos, mais ou menos nos anos 500 ac, inventaram um sistema de pontos para substituir as vogais ausentes do hebraico antigo que eram colocados em volta das consoantes na Bíblia hebraica; assim a pronuncia foi preservada. Mas no nome de Deus em vez de colocar os corretos sinais de vogal, eles colocavam outros sinais de vogal para significar aio leitor que ele deveria pronunciar Adonai.

Existem numerosas peças antigas para demonstrar que o uso do nome de Deus não era proibido e, até certo ponto, poderia considerar-se comum. Jesus e seis seguidores usaram o nome de Deus. Mas São Gerónimo na sua tradução da Bíblia para o latim, conhecida como Vulgata Latina, substituí nela o Tetragrama por Dominus (Senhor). Em 1530 William Tyndale traduziu a Vulgata Latina para o inglês, conhecida como Authorized Version, e nela o nome de Deus aparece em alguns versículos geralmente escritos como Iehouah e numa nota, Tyndale explica que é o nome de Deus. Nas ce assim a costume de usar Jeová em alguns versículos e escrever Senhor ou Deus nos outros lugares onde está o Tetragrama no texto em hebraico. O Rei Jaime I, prosseguidor da obra de William Tyndale produz em 1611 sua versão da Bíblia em inglês que teve um grande sucesso; nela o nome consta 4 vezes no texto principal depois é usada uma abreviatura Jah, em outras é misturado com nomes de lugares como Jeová Jiré e no restante da obra usa-se o inglês Sovereign (Soberano). Martin Lutero publica sua tradução completa da Bíblia em 1534 e não usa o nome de Deus e sim alguns substitutos como Herr (Senhor) pese a que o mesmo Lutero tinha declarado em 1526 que o nome Jeová (Senhor) pertence exclusivamente ao verdadeiro Deus. Na versão Matos Soares, 8ª edição em português, vem a seguinte nota ao pé da página sobre Êxodo 6:3 “O texto hebreu diz: O meu nome Javé ou Jehová”. E na versão Figueiredo, da Editora Barsa, ao pé da página sobre Êxodo 3:14 diz: “Aquele que é em hebraico YHVH, que deve pronunciar-se Javé, ficou sendo o nome próprio de Deus”. Porém ambas versões usam Senhor ou Adonai nos seus textos. A tradução católica do Pontifício Instituto Bíblico de Roma nos seus comentários diz que a língua hebraica dispõe de muitos termos sendo o mais freqüente Javé (ou Jeová conforme uma pronúncia introduzida entre os séculos XVI e XIX.

DEUS E A MAÇONARIA
A 3ª instrução do 1o grau nos ensina que entre nos, os maçons, existe uma verdade em comum e que é a existência do G\ADU\

Não é o nosso intuito, ao menos neste artigo, discutir sobre a existência de Deus. Somente falaríamos que para crer em Deus nos basta olhar em nosso redor, ver e pensar em todas as obras da Criação, pensar no tempo, no espaço, na vida, observar os corpos celestes. Sabemos que não há efeito sem uma causa; e qual seria a causa do que estamos observando, sendo que não tem sido obra do Homem? A resposta é uma só: Deus.

Cientistas como Marcelo Gleiser (que escreve no suplemento Mais do jornal Folha de São Paulo), afirma (26/set/2004) que “todo mito de criação supõe que Um dá origem à pluralidade das coisas existentes” e “a crença mítica no Um, o criador absoluto”. Stephen Hawking em Uma Breve História do Tempo, escreve que “entender a estrutura geométrica do Cosmos é entender a mente de Deus”.

Existem duas teorias para a criação da vida: Criação (a vida foi criada por Deus) e Evolução (os corpos vivos foram evoluindo desde um aminoácido até organismos desenvolvidos); mas para isso acontecer (a Evolução) precisa de condições de calor, espaço, tempo, alimentos, etc, e não ha resposta para estes interrogantes, e permanecendo sempre a pergunta sobre a criação do primeiro aminoácido.

Todas as religiões coincidem que Deus é o Ser Supremo, princípio criador de tudo que existe, existiu ou existirá. Ele sempre existiu, ele está acima de tudo. Deus é a inteligência suprema, causa primária de todas as coisas, Deus é o infinito nas suas perfeições.

Cada religião assume um nome diferente para Ele, Deus para os judeus e religiões cristãs, Alá para o Islamismo, Brahman no Hinduismo, no Budismo não existe um Deus e o próprio Buda foi transformado em ser divino; o politeísmo se desenvolveu no Egito, Mesopotâmia, Grécia e Roma e desenvolveu o animismo (sistema que atribui alma a todas as coisas e fenômenos naturais, capazes de agir conforme uma finalidade) a partir da crença em várias forças espirituais, etc. etc.

A Maçonaria, que não estabelece diferenças entre as religiões, desenvolveu uma fórmula e deu a ele o nome de G\AD\U\.

Já nos Regulamentos Gerais de 1720, na 1a Constituição de Anderson e nos Landmarks, ficou estabelecido que um ateu não pode ingressar na Maçonaria. Sendo, aliás, um dos 8 pontos obrigatórios fixados pela GLUIem 1929 para definir a Regularidade de uma Potência maçônica.

De todas as condições exigidas para ser maçom, a obrigatoriedade da crença na existência no G\A\D\Ué a que mais motivou discussões dentro da Ordem.

Também houve protestos das expressões usadas por Anderson, que repudiava o ateu estúpido, sendo explicado posteriormente que a Maçonaria não aceita o ateu que não pensa e que não acredita em Deus sem dar uma razão. As palavras foram modificadas, mas continuou não sendo aceito como membro da Maçonaria, o ateu.

Em setembro de 1877 a Assembléia anual do G\O\Fmudou o 1er artigo da sua Constituição que dizia “Os princípios da Francmaçonaria são a existência de Deus, a imortalidade da alma, a solidariedade humana. Se considera que a liberdade de consciência como um inerente direito de cada homem e não exclui ninguém por causa de suas crenças” Estas duas frases ficaram como segue: “Seus princípios são liberdade de consciência e solidariedade humana. Não exclui ninguém por causa de suas crenças”. Unindo a esta modificação da Constituição, foi declarado opcional para as Lojas da sua Obediência usar ou não o Livro Sagrado no Altar dos Juramentos, e foi eliminada qualquer menção ao G\A\D\Unos rituais.

Muitas Grandes Lojas entenderam que significava uma declaração de agnosticismo (doutrina que afirma a impossibilidade de conhecer a Deus; só aceita o que entra no domínio dos sentidos), se não de ateísmo, e retiraram seu reconhecimento do G\O\Fcomo potência maçônica regular.

Justo é lembrar que esta declaração de ateísmo ou agnosticismo foi unicamente um de outros problemas que o G\O\Fcausou dentro da maçonaria mundial: eles conferiram graus acima dos 3 graus simbólicos, envolveram-se em atividades políticas e decisões em disputas religiosas, reconheceram o Supremo Conselho 33 do Rito Escocês em Louisiana, que era irregular porque tentava administrar os 3 graus simbólicos que eram da Grande Loja, em 1871 o G\O\F\tinha eliminado o cargo de GMsubstituindo-o por um Conselho encabeçado por um Presidente.

O não reconhecimento do G\O\Fcomo Potência maçônica regular tem persistido pese a diversos esforços dos franceses para que a comunidade maçônica mundial, especialmente a G\L\U\I\revisar esta atitude.

Bibliografia:
A CRENÇA EM DEUS
O homem em busca de Deus Sociedade
Torre de Vigia de Bíblias e Tratados
A vida – Qual a sua origem Sociedade
Torre de Vigia de Bíblias e Tratados
Cálculo de Probabilidades Seymour Lipschultz – Editora McGraw Hill
Comentários de Leonardo Boff e Luis Pinguelli Rosa do livro “Deus e a Ciência” de Jean Guitton, publicados no suplemento Cultura do jornal O Estado de São Paulo de 13 de Junho de 1982.

O NOME DE DEUS
O Nome Divino que perdurará para sempre – Sociedade Torre de Vigia de Bíblias e Tratados (Este fascículo serviu de base para este trabalho).
Dicionário Enciclopédico Brasileiro
Enciclopédia Mirador
Dicionário Sopena