Ao falarmos em vela, o nosso consciente mentaliza a sua principal função: a chama, a luminosidade que dela se origina.
Mas o que é Luz, numa linguagem esotérica, ou mística ou cabalística?
A luz é vista geralmente como uma metáfora para a SABEDORIA. E a CHAMA é uma mensagem de luz – símbolo universal de claridade, visão, conhecimento e Verdade.
A vela produz luz, consumindo-se, nesse simbolismo está o maçom. A vela representa o princípio vital; pois o fogo e a luz são elementos indispensáveis à vida.
Acesas dentro do Templo homenageiam o GADU:.
Acende-se a vela com o “acendedor próprio” usando o fogo de uma fonte, cuja luz é alimentada por óleo sagrado.
Não é permitido o sopro para apagar a vela, porque Deus, o GADU, quando moldou o homem, deu-lhe a vida por meio do sopro. O sopro é a vida e não a destruição. Não se pode apagar a vida da vela, senão tirando-lhe o oxigênio que a alimenta, utilizando-se para isso o “apagador” instrumento constituído de uma haste e um bocal invertido que é colocado sobre a chama. Os verbos “acender” e “apagar” não seriam os mais adequados nas cerimônias em que as velas estão presentes. Deveríamos usar “revigoramento” e “adormecimento” da Chama Sagrada, porque o Fogo simboliza o GADU, que a CABALA denomina Ein Sof (que não teve começo nem terá fim – a Eternidade – ou Or Em Sof (Luz Eterna)
Mas qual a finalidade de acendermos velas em pleno Templo, já que temos farta luz elétrica? (aqui entra a explicação cabalística)
A relação entre o CORPO, A ALMA e o ESPÍRITO.
A alma no corpo é semelhante a chama no pavio.
A cera (ou óleo) é semelhante ao corpo (matéria)
A chama consome a cera, sem se desgastar. O corpo é consumido pela vida, não a Alma.
A vela (o corpo, a cera) tem forma, porém, a chama não tem um formato que possa chamar de seu. O corpo tem forma definida, ao passo que a Alma é disforme.
A chama é dirigida e movida pelo vento. Vento em hebraico é a mesma palavra que Espírito “RUACH”, que dirige e move a Alma.
O tamanho da chama não é determinado pelo tamanho da vela, ou seja, o “tamanho” da Alma não é determinado pelo tamanho do corpo. Uma pessoa com um corpo pequeno não necessariamente possui uma Alma “pequena”.
Embora a vela tenha muitas características ou uso possíveis,tais como, selar, lubrificar, seu propósito básico é iluminar. O mesmo se aplica ao corpo.
Embora tenha muitas funções, sua tarefa essencial, é abrigar a Alma para trazer luz ao mundo. (segundo a CABALÁ. Foi por isso que DEUS fez o homem. Para ser o seu sócio. Onde houvesse trevas, caos, ignorância, o homem deveria levar a luz, a espiritualidade, a compreensão, o amor, (e esta a missão do maçom).
Não importa a cor e o formato da vela, a cor d a chama não muda.
Não importa a cor e o tamanho do corpo, a cor da Alma não é afetada.
A porção mais quente da chama é a parte superior. A alma é o aspecto superior do homem.
Pode-se acender milhares de velas a parte superior. A alma é o aspecto superior do homem.
Pode-se acender milhares de velas a partir de uma única vela, sem que ela perca nenhuma parte de sua luz original. Na verdade, cercada por outra velas acesa, ela mostra mais luz. A alma também pode acender outras Almas, tornando-se conscientes do objetivo da vida, e então se torna ainda mais iluminada, porque foi fundamental na missão de espalhar a LUZ.
É mais fácil reascender um pavio, do que acendê-lo na primeira vez. Uma Alma que já soube, mas se desviou, aquela que esqueceu é mais fácil reascender, de relembrar, de voltar, do que aquela que jamais soube.
Depois que a chama consumiu toda vela, ela deve desaparecer. Assim é com a Alma. Depois que os seus desejos estiverem no corpo durante o seu tempo de vida, o corpo é consumido, e então a Alma também deve partir.
A chama sempre se eleva, indo em direção ao céu. A alma também se esforça para se elevar, para lembrar sua verdadeira identidade.
Outro tópico sobre a LUZ como metáfora para “SABEDORIA”, os nossos sábios nos ensinam que a ordem declarada para toda a criação foi “YEHI OHR” numa tradução simples do hebraico diz: “QUE HAJA LUZ”. Em vez disso declara “DEVERIA SE TORNAR LUZ”.
Todos os problemas do mundo se originam quando a Luz é retirada. Nosso trabalho é corrigir isso. Onde quer que encontremos Luz, devemos rasgar seus invólucros (as Sefirot), para expô-la a todos, deixando-a brilhar até os recessos mais escuros da Terra, especialmente a luz que você mesmo encerra. A luz foi ocultada porém sua Fonte não. A fonte de Luz está em toda parte.
Quando você chega a um lugar, que parece fora do âmbito DIVINO, grosseiro demais para a LUZ entrar e você deseja fugir, saiba que não há lugar fora do GADU, e rejubile-se em sua tarefa de revelá-lo ali naquele local.
Lembre-se então que seu lugar verdadeiro é um lugar de LUZ. Mesmo que você encontre em meio as trevas e sofrimento, deve lembrar que este não é o seu lar. O seu ser essencial está num vínculo indestrutível com a FONTE DE LUZ DO GADU:.
Lutamos para nos libertar de nosso “pavio” (o corpo que nos ancora à realidade física e nos macula com necessidades e desejos físicos) analogia ao desbaste da Pedra Bruta.
Tentamos nos elevar, ansiando para transcender o físico, o humano, o específico e nos fundirmos com o universal e com o Divino (os passos que damos do Ocidente ao Oriente) Ao mesmo tempo apegamo-nos ao corpo, ao pedaço de matéria que nos mantém como participantes dinâmicos e produtivos no mundo de Deus.
É este o perpétuo sobe e desce, essa incessante vacilação entre o ser e o não ser que chamamos vida.
E esta eterna tensão entre o nosso desejo de escapar do físico e o nosso compromisso de habitá-lo, refiná-lo e santificá-lo, que faz d e nós seres espirituais.
Por representar OR EM SOF (LUZ ETERNA), ao terminar a Sessão, a CHAMA SAGRADA e ESPIRITUAL, continua acesa no coração dos Irmãos que assistiram ao TRABALHO
Mas o trabalho mais sutil de todos é executado no puro silêncio, escutando apenas o som das chamas queimando as velas.
Na próxima vez em que você notar num momento passageiro de tranqüilidade no qual você não tenha pensamentos, desejos ou sentimentos, não o considere um momento de distração. Sua consciência deslizou entre as fissuras do corpos físico, igual as chamas das velas, que deslizam no físico, emocional, mental e causal. No silêncio profundo, retornamos à causa última, ao Ser puro. Alí você se vê frente a frente com o útero da criação, a fonte de tudo que existiu, existe ou existirá, que é simplesmente você.
Uma citação de um Capelão Rosa Cruz da AMORC, em Loja, aplica-se como uma luva para o caso.
Ao mesmo tempo em que recebe a vela da "Columba", declama, verbis:
“Para o SER nunca houve começo pois o NADA não pode dar origem a alguma coisa.
Tudo era trevas antes de surgir a LUZ mas a LUZ não veio das trevas, pois as trevas é a ausência da LUZ.
O ser em seus eternos esforços para existir evoluiu, inúmeras vezes tornando-se as suas formas e complexa a sua natureza, da complexidade do ser veio a LUZ, expressando assim a sua própria natureza.
Que assim seja.
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