terça-feira, 15 de novembro de 2016

A Maçonaria


A palavra Maçonaria, deriva do francês maçonnerie ou do inglês masonry que significa construção, assim todos os que pertencem à Maçonaria são Maçons (pedreiros). É com base nestes fundamentos, que os maçons afirmam trabalhar tal qual um pedreiro a desbastar a pedra bruta para lhe dar a forma apropriada, trabalho esse que tem como objetivo aperfeiçoá-los enquanto seres humanos. A origem da adoção desta palavra agrega uma série de interações, como por exemplo a seqüência que os pedreiros utilizavam para a passagem de conhecimento. Todo o mestre tinha na sua equipe os aprendizes (serventes) e aqueles que já com alguma experiência eram tidos como seus companheiros. Desta forma o conhecimento na construção, em especial das catedrais, era passado por graus, que a Maçonaria adaptou como os três graus simbólicos do conhecimento maçônico: Aprendiz, Companheiro e Mestre.

Os ritos da maçonaria são destinados a transmitir a lembrança das lendas da iniciação e a conservá-la entre nossos irmãos, por meio de estudos herméticos distribuídos em seus 33 graus. A maçonaria é a gnose e cada grau da ordem possui uma palavra que lhe exprime a inteligência. Os Maçons tiveram os templários por modelos, os rosa-cruzes por pais e os joanitas por antepassados. Seu dogma é o de Zozoastro e de Hermes, sua regra é a iniciação progressiva, seu princípio a igualdade regulada pela hierarquia e a fraternidade universal; são os continuadores da escola de Alexandria, herdeiros de todas as iniciações antigas; são os depositários dos segredos do Apocalipse e do Zohar; o objeto de seu culto é a verdade representada pela luz; toleram todas as crenças e não professam senão uma só e mesma filosofia; não procuram senão a verdade, não ensinam senão a realidade e querem chamar progressivamente todas as inteligências à razão.

O objetivo alegórico da maçonaria é a reconstrução do templo de Salomão; o fim real é a reconstituição da unidade social pela aliança da razão e da fé, e o restabelecimento da hierarquia, conforme a ciência e a virtude, com a iniciação e as provas por graus. Os verdadeiros maçons são pois os que persistem em querer construir o templo, segundo o plano de Hirain.

A relação da passagem do conhecimento, daqueles que dominavam a simbologia e toda a temática esotérica que as catedrais e templos encerram, para com os obreiros, era feita de forma seletiva. Afinal muitos dos segredos da antigüidade eram dominados por aqueles que detinham a sabedoria e que tinham um grau mais elevado de cultura. Só alguns é que tinham acesso à informação, dificilmente o saber circulava entre outros níveis sociais que não fossem as ordens religiosas, ordens militares, arquitetos, escultores, pintores, nobres e até alguns burgueses.

Uma Loja Maçônica é uma representação simbólica do Universo e suas leis, bem como da Hierarquia de Poderes que o dirige e governa. Na Maçonaria, com seu simbolismo caracteristicamente construtor, todos estão hierarquicamente empenhados na magna obra de Deus Criador, que maçonicamente corresponde ao Grande Arquiteto do Universo. Esta é a expressão de que se servem os Maçons para designar Deus, cujo verdadeiro nome é indizível e incomunicável.
O que é a Maçonaria ?

A Maçonaria é uma instituição essencialmente filosófica, filantrópica, educativa e progressista. É filosófica porque em seus atos e cerimônias ELA trata da essência, propriedades e efeitos das causas naturais. Investiga as leis da natureza e relaciona as primeiras bases da moral e da ética pura. É filantrópica porque não está constituída para obter lucro pessoal de nenhuma classe, senão, pelo contrário, suas arrecadações e seus recursos destinam-se ao bem estar do gênero humano, sem distinção de nacionalidade, sexo, religião ou raça. Procura conseguir a felicidade dos homens por meio da elevação espiritual e pela tranquilidade da consciência.

É progressista porque, partindo do princípio da imortalidade e da crença em um princípio criador regular e infinito, não se aferra a dogmas, prevenções ou superstições. E não põe nenhum obstáculo ao esforço dos seres humanos na busca da verdade, nem reconhece outro limite nessa senão o da razão com base na ciência. Os seus princípios são: A " Liberdade " dos indivíduos e dos grupos humanos, sejam eles instituições, raças, nações; a " Igualdade " de direitos e obrigações dos seres e grupos sem distinguir a religião, raça ou nacionalidade; a " Fraternidade " de todos os homens, já que somos todos filhos do mesmo CRIADOR e, portanto, humanos e, como consequência, a fraternidade entre as nações!

O seu lema é: Ciência, Justiça e Trabalho. Ciência, para esclarecer os espíritos e os elevar; justiça, para equilibrar e enaltecer as reações humanas; Trabalho por meio do qual os homens se dignificam e se tornam independentes economicamente.
Em uma palavra, a Maçonaria trabalha para o melhoramento intelectual, moral e social da humanidade. O seu objetivo é a investigação da verdade, o exame da moral e prática das virtudes.

Moral é, para a Maçonaria, uma ciência com base no entendimento humano. É a lei natural e universal que rege todos os seres racionais e livres. É a demonstração científica da consciência. E essa maravilhosa ciência nos ensina nossos deveres e a razão do uso dos nossos direitos. Ao penetrar a moral no mais profundo da nossa alma, sentimos o triunfo da verdade e da justiça.
A Maçonaria entende que virtude é a força de fazer o bem em seu mais amplo sentido; é o cumprimento de nossos deveres para com a sociedade e para com a nossa família sem interesse pessoal. Em resumo; a virtude não retrocede nem ante o sacrifício, nem mesmo ante a morte, quando se trata do cumprimento do dever.

A Maçonaria entende por dever o respeito aos direitos dos indivíduos e da sociedade. Porém, não basta respeitar a propriedade apenas, também devemos proteger e servir os nossos semelhantes. A Maçonaria resume o dever dos homens assim: " Respeito a Deus, amor ao próximo e dedicação à família ". Em verdade, essa é a maior síntese da fraternidade universal. A Maçonaria é religiosa, porque reconhece a existência de um único princípio criador, regulador, absoluto, supremo e infinito ao qual se dá o nome de :
GRANDE ARQUITETO DO UNIVERSO

Porque é uma entidade espiritualista em contraposição ao predomínio do materialismo. Estes fatores, que são essenciais e indispensáveis para a interpretação verdadeiramente religiosa e lógica do UNIVERSO, formam a base de sustentação e as grandes diretrizes de toda a ideologia e atividade maçônica. Porém, a Maçonaria não é uma religião. É uma sociedade que tem por objetivo unir os homens entre si. União recíproca, no sentido mais amplo e elevado do termo.

Não é necessário renunciar à religião a qual pertence para ser Maçom, porque a Maçonaria abriga em seu seio homens de qualquer religião, desde que acreditem em um só criador, O Grande Arquiteto do Universo, que é Deus. Geralmente existe essa crença entre os católicos, ilustres prelados têm pertencido à Ordem Maçônica; entre outros, o Cura Hidalgo, Paladino da Liberdade Mexicana; O Padre Calvo, fundador da Maçonaria na América Central; o Arcebispo da Venezuela, Dom Ramon Ignácio Mendez; Padre Diogo Antonio Feijó; Cônegos Luiz Vieira, José da Silva Oliveira Rolim da Inconfidência Mineira, Frei Miguelino, Frei Caneca e muitos outros.

Além de religiosos, filósofos, como Voltaire, Goethe e Lessing; músicos como Beethoven, Haydn e Mozart; Militares, como Frederico, o Grande, Napoleão e Garibaldi; Poetas como Byron, Lamartine e Hugo; escritores, como Castellar, Mazzini e Espling.
Os Libertadores da América foram todos maçons, Washington, nos Estados Unidos; Miranda, o padre da Liberdade sul-americana; San Martin e O'Higgins na Argentina; Bolívar, no Norte da América do Sul; Marti em Cuba; Benito Juares, no México e o Imperador D. Pedro I.
Outros nomes de destaque, no Brasil, são: José Bonifácio, Gonçalves Lêdo, Luiz Alves de Lima e Silva ( Duque de Caxias ), Deodoro da Fonseca, Floriano Peixoto, Prudente de Morais, Campos Salles, Rodrigues Alves, Nilo Peçanha, Hermes da Fonseca, Wenceslau Braz, Washington Luiz, Rui Barbosa e muitos outros.

A Maçonaria é eminentemente tolerante e exige dos seus membros a mais ampla tolerência. Respeita as opiniões políticas e crenças religiosas de todos os homens, reconhecendo que todas as religiões e ideais políticos são igualmente respeitáveis e rechaça toda pretensão de outorgar situações de privilégio a qualquer uma delas em particular.
A Maçonaria combate a ignorância, a superstição, o fanatismo. O orgulho, a intemperança, o vício, a discórdia, a dominação e os privilégios.

A Maçonaria não é uma sociedade secreta, pela simples razão de que sua existência é amplamente conhecida. As autoridades de vários países concedem-lhe personalidade jurídica. Seus fins são amplamente difundidos em dicionários, enciclopédias, livros de história etc. O único segredo que existe e não se conhece senão por meio do ingresso na instituição são os meios para se reconhecerem os maçons entre si, em qualquer parte do mundo, e o modo de interpretar seus símbolos e os ensinamentos neles contidos.
Entre as principais obras da Maçonaria no Brasil , estão A Independência, a Abolição e a República. Isto para citar somente os três maiores feitos da nossa história, em que os maçons tomaram parte ativa.

Para poder pertencer à Maçonaria é preciso; crer na existência de um princípio Criador; ser homem livre e de bons costumes; ser consciente de seus deveres para com a Pátria, seus semelhantes e consigo mesmo; ter uma profissão ou ofício lícito e honrado que lhe permita prover as suas necessidades pessoais e de sua família e a sustentação das obras da instituição.
Em princípio, exige-se dos Maçons, tudo aquilo que se exige ao ingresso em qualquer outra instituição; respeito aos seus estatutos e regulamentos e acatamento às resoluções da maioria, tomadas de acordo com os princípios que as regem; amor à Pátria, respeito aos governos legalmente constituídos; acatamento às leis do país em que se viva, etc. E em particular; a guarda do sigilo dos rituais maçônicos; conduta correta e digna dentro e fora da Maçonaria; a dedicação de parte do tempo para assistir às reuniões maçônicas; à pratica da moral, da igualdade e da solidariedade humana e da justiça em toda a sua plenitude.

Ademais, proibem-se terminantemente dentro da instituição as discuções políticas e religiosas, porque se prefere uma ampla base de entendimento entre os homens a fim de evitar que sejam divididos por pequenas questões da vida civil. 

Um templo Maçônico, é um lugar onde se reúnem os maçons periodicamente para praticar as cerimônias ritualísticas que lhes são permitidas, em um ambiente fraternal e propício para concentrar sua atenção e esforços para melhorar seu caráter, sua vida espiritual e desenvolver seu sentimento de responsabilidade, fazendo-os meditar tranquilamente sobre a missão do homem na vida, recordando-lhes constantemente os valores eternos que lhes possibilitarão acercar-se da verdade.
Sendo Maçom, obtém-se a possibilidade de se aperfeiçoar, de se instruir, de se disciplinar, de conviver com pessoas que, por suas palavras e por suas obras, podem constituir-se em exemplos; encontar afetos fraternais em qualquer lugar em que se esteja, dentro ou fora do país . Finalmente a enorme satisfação de haver contribuído, mesmo em pequena parcela, para a obra moral e grandiosa levada a efeito pelos homens.

A Maçonaria não considera possível o progresso senão na base de respeito à personalidade, à justiça social e à mais estreita solidariedade entre os homens . Ostenta o Lema " Liberdade, Igualdade e Fraternidade " com abstenção das bandeiras políticas e religiosas. O segredo maçônico, que de má fé e caluniosamente, tem servido a seus inimigos para que possam fazê-la suspeita entre os espíritos cândidos ou em decadência, não é um dogma, senão um procedimento, uma garantia, uma defesa necessária e legítima. porém como inevitavelmente tem sucedido com todo direito e seu dever correlativo, o preceito das reservas maçônicas já tem experimentado sua evolução nos tempos e segundo os países. A Maçonaria não tem preconceito de poderes, nem admite em seu seio pessoa que não tenha um mínimo de cultura que lhe permita praticar os seus sentimentos e tenha uma profissão ou renda com que possa atender às necessidades dos seus familiares, fazer face às despesas da sociedade e socorro aos necessitados.

O texto acima foi extraido do Livreto " O Que é a Maçonaria ", publicado pelo Grande Oriente de São Paulo. Que normalmente é entregue aos convidados à ingressar na Ordem, afim de que tenham um mínimo de esclarecimento para tomar tão importante decisão.

A importância que um Padrinho tem na formação de um maçom…

Um padrinho deve ter a sensibilidade para poder analisar quem deve ou não fazer parte da Augusta Ordem Maçónica. E padrinho pode ser qualquer maçom exaltado à condição de Mestre. 
O Mestre é o maçom de pleno direito. Logo tem a responsabilidade de fazer respeitar os princípios da Ordem, auxiliar na formação dos seus Irmãos, detenham eles o grau que tiverem, e de apesar de não fazer proselitismo, deve procurar no mundo profano quem tenha qualidades para ingressar na Maçonaria e que com essa admissão possa desenvolver um trabalho correto tanto pela Ordem Maçónica bem como pela sociedade civil na sua generalidade. 
O padrinho não tem de ser um guru nem ser um visionário (pois ele será também um eterno aprendiz), o papel que ele deverá representar  para o seu afilhado é o de um guia, de uma pessoa que o auxílie na sua integração na Loja bem como o de sendo alguém que o ajude na sua formação maçónica, principalmente nos primeiros tempos, em complemento com a formação que é efetuada na loja, auxiliando também o Segundo Vigilante (cargo oficial desempenhado pelo terceiro elemento da  hierárquia de uma loja maçónica) no cumprimento das suas funções, nomeadamente como formador dos Aprendizes Maçons. 
Compete ao padrinho após identificar no mundo profano alguém com as capacidades intelectuais e morais que são necessárias para alguém ser reconhecido maçom, abordar o mesmo da forma como achar que será melhor recebida pelo seu interlocutor. Na maioria das situações, a abordagem é feita pelo reverso, alguém que é profano e que se identifica com a Maçonaria intercede junto de um maçom para que lhe seja concedida a entrada na Ordem. 
Independente da maneira de como é feita a proposição, cabe ao maçom que irá ser o padrinho efetuar algumas diligências, ou seja, conhecer os gostos e preferências do seu futuro afilhado bem como dos hábitos e rotinas que ele possa ter  (se não os conhecer anteriormente), isto é, tudo aquilo que é habitual num ser humano. Conhece-lo!
E  numa fase posterior, se concluir que o profano detém  as qualidades necessárias para entrar na Maçonaria, deve abordar alguns temas de âmbito maçónico, retirando algumas das dúvidas que possam persisitir na mente do seu futuro apadrinhado sobre o que a Ordem Maçónica é e qual o seu papel no mundo. 
Mas mais que isso, na minha opinião, o futuro padrinho deve fazer-se acompanhar pelo profano em eventos maçónicos de cariz aberto (eventos brancos) onde este poderá ter um contato mais alargado com o que é a Ordem, ou seja, frequentar tertúlias e palestras onde a Maçonaria seja o tema principal a ser abordado. 
Neste caso, admito que começará aqui, para mim, a formação maçónica do futuro iniciado. Pois se o mesmo afinal decidir que não se identifica com o que encontra, observa e escuta, então o processo de candidatura não terá início e o profano aproveitará apenas para aumentar a sua cultura geral sobre o que à Maçonaria concerne e ter uma opinião mais concreta sobre esta Augusta Ordem.
No entanto, e caso o profano se identifique claramente com o que lhe é mostrado, deverá então ser iniciado o processo de candidatura à admissão numa loja maçónica. E de preferência que seja na loja que é integrada pelo seu padrinho. Isso é de extrema importância. E porquê?! 
Porque durante o desenrolar do processo de candidatura, os membros da loja confiarão no zelo que o padrinho se propõe a cumprir ao apadrinhar a candidatura em avaliação porque o conhecem, e  também estes por sua vez, respeitarão quem vier a ser escolhido para ser acolhido pela loja. 
E depois, porque o padrinho deverá acompanhar o seu afilhado na assistência das sessões da loja a que estes pertencem, para que este não se sinta desapoiado e nem desintegrado num grupo de gente que à partida não o conhece bem nem o qual deverá conhecer devidamente. 
Acontece também o contrário, por vezes quem chega a uma loja maçónica já é popular no mundo profano ou puderá ter relações profanas com alguns membros da loja e assim a sua integração é mais facilmente consumada.
Mas e apesar de todo o fraternalismo que existe na Maçonaria em geral, os “primeiros tempos de vida” de um maçom podem-lhe parecer estranhos porque terá de ser relacionar inclusivé com gente que talvez, no mundo profano, preferiria evitar. É verdade, tal pode acontecer e ainda bem que tal assim acontece. Desta forma, é possível um entendimento que de outra maneira não seria possível acontecer. Porque os irmãos são “obrigados” a confraternizar, logo, encontrar "pontos de comunhão” e de “convergência”. Também, pelo facto de se terem de relacionar, isso obrigará a que as pessoas se conheçam melhor, e com isso, desfazer alguns preconceitos que poderiam ter anteriormente e que se assumirão posteriormente, como errados e descabidos. Outros quiçá, manterão a mesma opinião que anteriormente. Tal poderá acontecer, somos humanos e em relação a isso pouco se pode fazer… A não ser, tolerar e respeitar o próximo tal como outra pessoa qualquer o deve merecer. 
- Os maçons são pessoas como as outras, não são perfeitos; a  forma de como combatem as suas paixões e evitam os seus vícios é que os difere dos restantes membros da sociedade -.

E ter um padrinho que os guie corretamente nessas situações,  que lhes dê a mão para os apoiar quando necessitarem disso e que acima de tudo os critique quando o deve fazer para os manter num bom caminho, marcará de todo a diferença. 
Isso é “meio caminho andado” para um crescimento maçónico correto e que não seja funesto para a Ordem no futuro. 
Os casos que normalmente vêm a público no mundo profano devem-se a erros de castingou a gente que foi mal formada ou que não se identificou depois com os princípios morais que encontrou no interior da Maçonaria. 
Por isto, é que não basta a um padrinho convidar ou apadrinhar alguém apenas por ser seu amigo, por ser seu colega ou por essa pessoa ter alguma influência ou notoriedade no mundo profano. Esse “alguém” terá mesmo de se identificar com a Maçonaria e saber um pouco ao que vai, porque caso contrário, criará uma perca de tempo ao próprio e à loja maçónica que o acolher com as consequências que sabemos que poderão suceder e que algumas vezes ocorrem mesmo! 
E nos casos em que os maçons “derrapam” ou se desviam do seu caminho na virtude, os padrinhos deveriam ser também responsabilizados, isto é, serem chamados à atenção por terem trazido para dentro da Instituição Maçónica quem agiu de forma errada e que levou a que a imagem desta Augusta Ordem fosse questionada profanamente. Obviamente que não digo que fossem sancionados, mas que exista uma conversa para os alertar do perigo que é de apadrinhar gente com este tipo de conduta para que no futuro sejam mais zelosos nos seus apadrinhamentos e que também tivessem acompanhado a conduta do seu apadrinhado. Naturalmente que um padrinho não pode ser culpado, a não ser que seja cúmplice, da atuação do seu afilhado, mas se puder prever que o mesmo possa se desviar e errar, deve alertar o mesmo dos riscos que este corre, seja de suspensão ou até mesmo de expulsão da Ordem, com tudo o que isso acarretará moralmente para ambos. Porque mesmo em surdina, as “orelhas” do padrinho sofrem sempre as consequências dos atos do seu afilhado. É habitual o ser humano criticar algo, todos somos “treinadores de bancada”, logo criticar-se algo que não correu bem é a consequência lógica de tal.
Por isso até mesmo quem entra na Maçonaria deve refletir na sua conduta para que não ponha a imagem dos outros irmãos em questão..
Porém, e ainda no âmbito da instrução maçónica do seu afilhado, o padrinho deverá  complementar a formação que será concedida pela loja ao seu apadrinhado; porque ao lhe demonstrar também que a Maçonaria vive de símbolos, metáforas e alegorias, mas fundamentalmente, da prática de rituais próprios, também ele (padrinho) ao instruir o seu afilhado, poderá refletir e por em prática os conhecimentos que já adquiriu até então - o que é sempre uma mais valia pessoal - e que lhe permitirá vivenciar o que também ele aprendeu durante a sua formação até atingir o mestrado.
- Conhecer e ensinar outrém é do melhor que o ser humano poderá fazer pelo seu semelhante. Tanto que acredito que o Conhecimento somente é  Sabedoria quando compartilhado-. 
Mais tarde, quando o seu afilhado já se encontrar na condição de mestre, já não será tão essencial ter aquela “especial” atenção que considero como importante na caminhada de um maçom, porque este já atingiu uma parte importante da sua formação maçónica e concluiu o seu percurso até à mestria. Mas no entanto,  nunca o deverá abandonar, pois apesar de este ser um irmão seu, será sempre o seu afilhado, logo alguém que um dia reconheceu como tendo capacidades e qualidades maçónicas. E essa responsabilidade nunca desaparecerá.  
E isto é algo que por vezes acontece e que eu considero como sendo nefasto para a vida interna de uma Obediência. Não basta convidar alguém, se iniciar alguém, (mal) formar alguém e depois deixá-lo à  mercê dos tempos e vontades… Virar as costas a um irmão, mesmo que seja inconscientemente, nunca trará resultados frutuosos para ninguém e principalmente para a Ordem. É na nossa união que reside a nossa força, é com nosso apoio que conseguimos enfrentar o dia-a-dia.  
E se isto poderá parecer como demasiado simplista e inocente, não nos devemos esquecer que é no nosso espírito de corpo que se encontra a fonte da egrégora que é criada em loja e que é a impulsionadora da nossa fraternidade. 
Assim, alguém que queira apadrinhar a candidatura de um profano, terá de assumir que adquire uma responsabilidade tal, que nunca será irrelevante e que nos seus “ombros” suportará o “peso” de uma Ordem iniciática e de cariz fraternal  como o é a Maçonaria. E que terá como seus deveres  principaisreconhecer, informar, transmitir/formar e acompanhar  quem ele considerar como sendo um válido (futuro) membro da  Maçonaria. 
Não será uma tarefa fácil, esta de se apadrinhar alguém, mas este é um compromisso que os maçons assumem para com a Ordem e a bem da Ordem...

Painel da Loja de Aprendiz

*Escrito por A Jorge
Neste trabalho sobre o Painel de Aprendiz, apresentaremos inicialmente o seu conceito simbólico e relacionaremos todos os elementos que nele estão desenhados. Então iremos comparar o desenho do Templo e as suas 2 Colunas, acrescidas das Romãs, Lírios, e Correntes, ao Templo Maçónico e ao Templo de Salomão. Por fim, apresentaremos breves informações sobre cada um dos símbolos ali representados.
Por Painel entendemos o Quadro que a Loja apresenta por ocasião da abertura dos trabalhos, existindo um por cada grau da denominada Maçonaria Azul: o da Loja de Aprendiz, da Loja de Companheiro, e da Loja Mestre. Nos graus filosóficos normalmente não se usa a denominação Painel, mas sim, Emblema ou Escudo.

No Painel estão desenhados todos os símbolos maçónicos, necessários ao desenvolvimento dos trabalhos do respectivo grau. A sua colocação na Loja indica que continua viva toda a simbologia que orienta os trabalhos; indica também que nenhum trabalho seja iniciado sem que antes tenha havido um planeamento das actividades. Por outro lado, todos os participantes, ao entrarem no Templo e ao olharem para o Painel, estarão cientes do grau em que os trabalhos estão a ser realizados.
No inicio, os símbolos hoje representados no Painel eram desenhados com giz, no chão, de tal forma que pudessem ser apagados no final dos trabalhos. Posteriormente passaram a ser pintados ou bordados sobre panos ou tapetes. Foi o maçon John Harris, quem desenhou os Painéis em 1820 e que, salvo pequenas modificações, se encontram em uso até hoje.

Todo o templo, incluindo o soalho, as paredes e o tecto, é contemplado no Painel, sendo composto por:
  • Duas Colunas sobre as quais estão plantadas Romãs;
  • A Porta do Templo, antecedida por três degraus;
  • O Delta Luminoso, em cima da porta;
  • O Pavimento Mosaico, representado pela Orla Dentada que circunda o quadro; os Painéis antigos apresentavam, entre a porta e os degraus, um quadro mosaico em perspectiva representando o Pavimento Mosaico.
  • 3 Janelas fechadas com malha de arame;
  • Uma Pedra Bruta e uma Pedra Cúbica;
  • Uma corda que emoldura o quadro, representando a corda de 81 nós;
  • O Sol e a Lua.
Os instrumentos de trabalho dos pedreiros também estão representados:
  • O Esquadro e o Compasso;
  • O Prumo e o Nível;
  • O Malho e o Cinzel;
  • A Prancha de Traçar.

O TEMPLO DE SALOMÃO

O Templo de Salomão foi construído com pedra, madeira de cedro e ouro. A pedra representando a estabilidade; a madeira a vitalidade, e o ouro a espiritualidade. Na Maçonaria, a Loja surge no Templo. O vocábulo sugere local de habitação e seria onde os operários da construção descansavam e debatiam seus problemas sociais e espirituais. Na busca de uma definição simbólica e perfeita para o Templo que cada um de nós tem em si próprio, a Bíblia fornece aos Maçons. o Templo de Salomão, símbolo de alcance magnífico. Como simples confirmação disto, sabemos que o Templo foi edificado com pedras lapidadas na pedreira, pois assim, durante a construção da Casa de Deus, não seriam ouvidos nem o som do martelo nem de qualquer outro instrumento de ferro. Ora, assim é o Templo do Aprendiz, onde a pedra bruta será lapidada sem o barulho do martelo, somente no silêncio dos estudos e das meditações.

AS DUAS COLUNAS (1º Livro dos Reis, Cap.VII - Bíblia)

Para a construção do Templo, o Rei Salomão trouxe de Tiro, um artesão de nome Hiran Abif, israelita por parte de pai e nephtali, por parte de mãe. Foi esse homem quem executou todos os ornamentos do Templo de Salomão, incluindo as 2 colunas construídas em bronze, que simbolicamente representavam as 2 colunas de homens que Moisés dirigiu quando da fuga dos Hebreus do Egipto.
No alto das duas colunas, Hiran colocou um capitel fundido em forma de lírio. Ao redor deste, uma rede trançada de palmas em bronze, que envolviam os lírios. Desta rede, pendiam em 2 fileiras, 200 romãs. À coluna da direita foi dado o nome de Jachin (Yakin) e à da esquerda, Booz. Atribui-se à coluna Jachin a cor vermelha - activo, Sol ; e à coluna Booz a cor branca ou preta - passivo, Lua. O Vermelho simboliza a inteligência, a força e a glória; o Branco simboliza a beleza, a sabedoria e a vitória.
Há quem suponha que as colunas se destinariam à guarda dos instrumentos e ferramentas dos operários, e que junto a elas estaria o local onde os operários recebiam os seus salários. Nestas colunas, estariam guardadas ainda as espécies e o ouro com que os operários seriam pagos. No entanto, pelo tamanho das colunas fornecido pela Bíblia, seria impossível, em tão pequeno espaço, caberem todas as ferramentas e instrumentos, além do ouro e espécies. Essa suposição nºao é sequer é suportada pela Bíblia, que em nenhum momento cita as colunas como local possuidor de portas ou armários.
Na tradução latina dos nomes, Yakin significa "Ele firmará" e Booz , "nele está a força" , ou seja "Ele firmará a força"; ou ainda, "nele está a força que firmará", como quem quer dizer que Nele, em Deus, está a força necessária à estabilidade, ao sucesso. Assim sendo, as 2 colunas simbolizam a presença do Senhor no Templo.

As Romãs, os Lírios e as Correntes:

As romãs são frutos muito interessantes. De sabor suave e agridoce, ela possui muitas sementes avermelhadas e unidas. Crescem em árvores que mais se assemelham a arbustos. Oval, tem na sua extremidade inferior um terminal exactamente como uma pequena coroa. Conforme amadurece na árvore, a romã passa do verde para o amarelo e para o vermelho, inchando tanto, que em determinado momento ela racha e suas sementes vão para o chão, dando origem a novas árvores.
Essa quantidade imensa de sementes e a forma como ela se propaga, fez dela símbolo da virilidade masculina, da fecundidade e da riqueza. Salomão, que a fez símbolo de seu reinado, dizia ter poderes afrodisíacos, em especial o seu sumo e o vinho dela produzido, consumido em Israel desde os seus primórdios.
Na Maçonaria, os grãos da Romã, mergulhados na sua polpa transparente, simbolizam os maçons unidos com a energia e a força necessárias para realizarem o trabalho.
Os Lírios, por sua vez, simbolizam a pureza e a virgindade: a beleza feminina. Representam a chama pura e fecundante: o calor.
Além dos lírios e das romãs, sete voltas de correntes envolvem o capitel das colunas. Entre os antigos, as correntes representavam o cativeiro experimentado pelo povo judeu, mas, o verdadeiro significado dessas correntes nas colunas é obscuro. Para a Maçonaria representam, por um lado, os laços que acorrentam os profanos e, pelo outro, os elos que unem os maçons.

OS TRÊS DEGRAUS

No Painel da Loja de Aprendiz, os degraus simbolizam os esforços que os Aprendizes devem fazer para, primeiramente, se libertarem do Plano Físico; em seguida, ultrapassarem o Plano Austral; e, finalmente, terem ascensão aos Planos Superiores da espiritualidade.
Por outro lado, no grau de Aprendiz, o número 3 é tão encontrado, que sua representação no quadro ainda poderia também significar:
  • A idade do Aprendiz - 3 anos
  • A sua marcha - 3 passos
  • Sua Bateria - 3 golpes

O PISO MOSAICO

O Piso Mosaico é formado por lajes quadradas que se alternam nas cores branco e preto, formando um tabuleiro de xadrez. Tem, como significado, a união íntima que deve existir entre os Irmãos Maçons, ligados pela verdade.
A alternância do branco com o preto, por sua vez, demonstra a existência do contraste, representando aquilo que é contestável, uma vez que, sem o contraste, tudo seria uniforme e perfeito, confundindo-se com o nada. Se assim fosse, nada diferenciaria o Maçon do profano e, portanto, não haveria nenhuma verdade a ser revelada ao Aprendiz.
Sendo a representação do contraste, dos opostos, o Piso Mosaico simboliza a presença do Bem ao lado do Mal; o Corpo e o Espírito: unidos, mas não confundidos.

AS TRÊS JANELAS

Mais uma tríade no Painel do Aprendiz. As 3 Janelas representam as 3 posições do Sol: o Oriente, o Meio-dia e o Ocidente. Nenhuma janela se abre para o norte e as 3 são cobertas por uma rede de arame, simbolizando que a luz ilumina o templo, mas o que está fora, fora permanece; e o que está dentro, lá fica. Ou seja, as sessões não devem ser perturbadas por eventos profanos e, o que dentro se realiza, não deve ser divulgado no mundo profano. A janela do oriente dá-nos, através da aurora, a renovação das actividades; a do meio-dia dá-nos a força e o calor, iluminando constantemente os Aprendizes colocados ao Norte do Templo; a do ocidente convida-nos ao repouso.
Nenhum Templo Maçónico é construído com janelas ou outras aberturas, a não ser a sua entrada no Ocidente, que durante os trabalhos permanece fechada.

A PEDRA BRUTA e a PEDRA POLIDA

A Pedra Bruta simboliza as imperfeições do espírito e do coração que o Maçon se deve esforçar para corrigir. No momento da sua iniciação maçónica, o Aprendiz encontra-se com o seu estado bruto na Natureza; encontra-se com a sua Liberdade de Pensamento e, com os instrumentos que lhe são dados, ele próprio desbastará a sua Pedra Bruta, tornando-a o mais perfeita possível, imprimindo-lhe uma personalidade sua e única.
É, portanto, o próprio Maçon, orientado pelo seu Mestre, que se desbasta transformando a Pedra Bruta num Cubo Perfeito, utilizando, para isso os instrumentos que lhe são fornecidos: Esquadro, Compasso, Prumo, Nível, Malho e Cinzel. A Pedra Polida, que encontramos no Painel de Aprendiz servirá para que o Aprendiz a tenha por exemplo, por inspiração, e por objectivo.

A ORLA DENTADA

A Orla Dentada simboliza a união dos Maçons. Os dentes representam os planetas que giram no Cosmos. Cada dente tem o formato de um triângulo. O Triângulo expressa a espiritualização dos Maçons que, partindo da individualidade, se unem de forma indissolúvel, em torno de um ideal.
A Orla Dentada é erradamente confundida com a Corda de 81 Nós e com a Cadeia de União. A Corda de 81 Nós, colocada no Templo entre a Abóbada Celeste e o cimo das 4 paredes, simboliza os 81 laços do amor fraterno existente entre todos os membros da Loja. A Cadeia de União expressa o Cerimonial que reúne todos os membros da Loja. Envolve aspectos emocionais, filosóficos, esotéricos e espirituais. É através da Cadeia de União que se transmite a Palavra Semestral ou se invoca sobre algum Ir:. necessitado, forças vitais para afastar a enfermidade ou a aflição.

A PRANCHA DE TRAÇAR

No Painel de Aprendiz, a Prancha de Traçar corresponde ao papel onde o Mestre estabelece seus planos. A Prancha constitui um dos símbolos da Maçonaria e significa que o Maçon deve traçar seus planos, estabelecer seus objectivos e empenhar-se em conquistá-los com habilidade e preparo.

OS INSTRUMENTOS MAÇÔNICOS

O Esquadro e o Compasso:

O Esquadro simboliza a rectidão limitada por duas linhas: uma horizontal que representa a trajectória que temos que percorrer na Terra, ou seja, no mundo físico; a outra, vertical, representa o caminho para cima, que por ser sem fim, nos leva ao Cosmos, ao Infinito, e a Deus.
O Compasso simboliza o equilíbrio, a vida correcta e a justiça. Ensina onde começam e terminam os direitos de cada um de nós. É a Jóia do Mestre; O Esquadro, a do Companheiro; e a Régua a do Aprendiz. O conjunto desses 3 instrumentos constitui o símbolo da Maçonaria. No Altar essas 3 Jóias estão presentes. O L:. da L:. que tem o significado de medir a nossa conduta no Lar, no Trabalho e na Sociedade, substitui a Régua de 24"; sobre ele, são colocados o Esquadro e o Compasso.

O Prumo e o Nível:

O Prumo, utilizado pelos pedreiros para conseguir o alinhamento vertical representa, na simbologia maçónica, a rectidão, o acerto, a justiça e a moral que cada Maçon deve desenvolver em si, através da construção de seu próprio Templo Espiritual. É a Jóia do 2º Vig:.
O Nível, utilizado pelos pedreiros na busca da horizontalidade, simboliza, na Maçonaria, a igualdade, pois coloca todos ao mesmo nível. É a Jóia do 1º Vig:.

O Malho e o Cinzel:

O Malho é um instrumento de trabalho braçal e pesado, em que se emprega a força. É um instrumento só utilizado na Sessão de Iniciação. Já o seu diminutivo, o Malhete, é utilizado em todas as Sessões pelas 3 Luzes: V:. M:., 1º e 2º VVig:..
Símbolo da força e da autoridade, o malhete é utilizado para dar inicio, suspender ou cessar os trabalhos, bem como para dar ênfase a trechos do ritual. Na sua forma esotérica destina-se a desbastar a Pedra Bruta, retirando-lhe, através do Cinzel, as arestas. No inicio dos trabalhos, o som do 1º golpe, produzido pelo V:. M:., encontra continuidade nos golpes dados pelos VVig:., produzindo ondas sonoras iniciadas no oriente (V:.M:.) e espalhadas pelo Norte (1ºVig:.) e Sul (2ºVig:.) do Universo.
O Cinzel é o símbolo do trabalho inteligente. É um instrumento de ferro endurecido (aço) que apresenta numa das suas extremidades a forma pontiaguda, arredondada, ou achatada; na outra extremidade situa-se a cabeça que sofrerá os golpes do Malho (desbaste da Pedra Bruta) ou os retoques do Malhete (aperfeiçoamento).

AS DUAS LUMINÁRIAS: O SOL e a LUA

O Sol é o vitalizador essencial, possuidor de uma generosa fecundidade. Sem ele não existiríamos. É o princípio activo.
A Lua é o reflexo do Sol. Representa, tanto quanto o Sol, a saúde, pois recebe e reflecte os raios do Sol. É o princípio passivo.
No Templo, o Sol e a Lua ficam no Oriente atrás do Venerável, indicando a simbologia de que os trabalhos no grau de Aprendiz são abertos ao meio-dia e fechados à meia-noite.

A PORTA DO TEMPLO e o DELTA LUMINOSO

No centro do Painel do Aprendiz, vê-se uma Porta, situada entre as Duas Colunas, representando a Porta do Templo. Este Templo, por ser cópia do Templo de Salomão, é construído em formato rectangular e, estando o Venerável sempre colocado no Oriente e em lado oposto à entrada, conclui-se que a Porta do Templo se situará sempre no lado do Ocidente. Por isso, é frequentemente denominada de Porta do Ocidente, representando que no seu limiar não existe luz (o Sol põe-se no Ocidente), mas somente trevas; ou seja, o mundo profano.
Em cima do desenho que representa a Porta do Templo, está desenhado um triângulo representando o Delta Luminoso. No Templo, este Delta está no Oriente, atrás e acima da cadeira do V:.M:..
O Delta Luminoso simboliza, no Plano Físico, o Sol de onde emana a vida e a luz. No plano intermediário, ou astral, simboliza o Verbo, o Princípio Criador. No plano espiritual, o Grande Arquitecto do Universo.
O Delta Luminoso é um dos principais símbolos maçónicos. Representa a presença permanente de Deus, demonstrando sua omnisciência. Simboliza a eterna e divina vigilância que observa e regista os actos do ser Humano.
Adaptado de texto de Autor Desconhecido

Bibliografia:

  • A Bíblia Sagrada - Antigo Testamento.
  • António Montovani Filho - Primeiras Instruções - Jan. / 2000 - Editora A Trolha
  • Grande Oriente do Brasil - 1º Grau Aprendiz - Ritual
  • Jules Boucher - A Simbólica Maçónica - 7ª Ed. 2000 - Editora Pensamento
  • Carlos Alberto Baleeiro Beltrão - Abreviaturas na Maçonaria - Editora Madras
  • Rizzardo da Camino e Odéci Schilling da Camino - Vade - Mécum do Simbolismo Maçónico - Editora Madras, 1999
  • Rizzardo da Camino - Dicionário Maçónico - Editora Madras, 2001
  • Alberto Victor Castelleti - O que é a Maçonaria - Editora Madras

Cinco motivos para NÃO SER Maçon

Escrito por Rui Bandeira



1. Influência política - Poder

Ao contrário do que muitos pensam, a Maçonaria - pelo menos a maçonaria Regular; e, mesmo quanto à Maçonaria Liberal, acho que são mais as vozes do que as nozes... - não tem mais influência junto do Poder Político do que qualquer outra instituição social. A única influência que a Maçonaria pode exercer é apenas de ordem moral, pelo exemplo dos seus membros através da aplicação dos seus princípios. Engana-se quem pensa que. ao juntar-se à Maçonaria, terá acesso aos corredores do Poder...
Aliás, uma das coisas de que o maçom rapidamente se dá conta,dentro da Ordem, é que é muito mais abrangente a ilusão do Poder, do que este propriamente dito. Ao menos em ambiente democrático, cada um exerce apenas o Poder que os demais lhe reconhecem e admitem que exerçam.
Em Loja, o detentor do Poder, o condutor, o decisor, o que detém os símbolos do Poder é o Venerável Mestre. Pois bem: como todos os que já se sentaram na Cadeira de Salomão rapidamente verificaram, a função de Venerável Mestre é aquela em que, afinal, não se tem mais direitos do que o mais recente Aprendiz e se tem mais deveres do que os restantes Mestres.
Portanto, quem busca o perfume do Poder, procure-o noutro lado, não na Maçonaria. Aqui apenas aprenderá o cumprimento dos seus deveres.

2. Influência econômica - negócios e dinheiro

Quem pensar que a entrada na Maçonaria é uma porta aberta para obter contactos e negócios e o propiciar de condições para "subir na vida", pense outra vez, e pense melhor! Se for este o motivo que o faz desejar entrar na Maçonaria, poupe-se ao trabalho e às despesas. Dentro da Maçonaria fará os mesmos negócios que faria fora dela. O que todos lhe pedirão na maçonaria é que dê algo de si em prol dos outros. Dos demais receberá o que efectivamente necessite e os demais lhe possam dar, não o que deseje ou egoisticamente pense que lhe convenha. Os negócios da Maçonaria são de índole moral e espiritual. Quem deseje entrar no Templo tem que deixar os seus metais à porta deste.

3. Influência social - honrarias e reconhecimento

Na Maçonaria usam-se aventais e colares e jóias, é verdade. Mas o maçom considera tudo isso como meros penduricalhos. A única diferença entre o mais rico, bonito, bordado e colorido avental de Grande Oficial ou de Altos Graus e o simples avental branco de Aprendiz é que quem usa aquele pagou bem mais caro por ele do que o que usa este. Aliás, de todos os aventais que um maçom possa possuir, aquele que para ele tem significado é precisamente o primeiro, o mais simples, o avental branco de aprendiz. Esse é o que qualquer maçom, qualquer que seja o seu grau ou qualidade, pode sempre usar e simbolicamente deve sempre usar. Esse é o adorno que o maçom deve cuidar de manter sempre alvo e puro e, portanto, nunca conspurcado por ações censuráveis ou indignas.
O maçom gosta de usar a jóia de sua Loja, não porque seja bela ou valiosa, mas apenas e tão só porque é um dos símbolos de sua Loja e o seu uso demonstra a todos os seus Irmãos o grupo fraterno em que se integra.
O maçom usa colar quando exerce uma função, não porque lhe fique bem, mas apenas e tão só como distintivo de que a está exercendo. Em bom rigor não é o maçon que usa o colar; é o colar de função que usa o maçom...
Nem na sociedade profana o estatuto de maçom atribui qualquer privilégio que não o reconhecimento das eventuais qualidades de quem o seja, nem no interior da Maçonaria o estatuto social, profissional, acadêmico ou de fortuna diferencia um maçom de outro; o mais jovem aprendiz só tem uma maneira de se dirigir ao Muito Respeitável Grão-Mestre (apesar de formalmente lhe dar este tratamento): "meu Irmão"! E é esse mesmo o tratamento que recebe do Grão-Mestre.
Assim, aquele que porventura sonhe ser a maçonaria um local ideal para obter ou reforçar reconhecimento social, não se engane a ele, nem engane os maçons: abstenha-se de pretender ser maçom!

4. Beneficência - ajuda ao próximo

O bem intencionado que porventura procure na Maçonaria o instrumento para dar largas ao seu anseio de ajudar o próximo, de ser beneficente, se é essa a principal razão que o move, se é isso que vê na Maçonaria, também está enganado.
Não que a Solidariedade e a Beneficência não sejam prosseguidas pela Maçonaria. Claro que o são. Mas não é essa a razão de existir da Maçonaria. Não é por causa da Solidariedade e da Beneficência que a Maçonaria existe. A Solidariedade e a Beneficência são simples consequências de se ser maçom.
Em linguagem de "economês", por muito praticadas que sejam, a Solidariedade e a Beneficência não fazem, no entanto, parte do "core business" (essência) da Maçonaria.
Em linguagem de "industrialês", por muito importantes que sejam, a Solidariedade e a Beneficência são simples subprodutos da Maçonaria.
Portanto, se são a Solidariedade e a Beneficência que atraem o bem intencionado, e nada mais, e não essencialmente algo mais, então o melhor que o bem intencionado tem a fazer é dar largas ao seu anseio através de outras organizações especialmente vocacionadas para isso. A Ajuda de Berço é uma boa opção. A Cruz Vermelha, também. Os Bombeiros, idem. O Banco Alimentar contra a Fome, a mesma coisa. E muitas mais organizações há que têm na Solidariedade e na beneficência a sua razão de ser. E , mesmo sem se juntar a qualquer organização, certamente na sua rua ou na sua localidade encontrará alguém que necessita da sua ajuda. Dê-lha!

5. Curiosidade - conhecer o "segredo maçônico"

Se é a curiosidade que o faz desejar ser maçom, não se iluda: naquilo que ela pode ser satisfeita, não precisa de ser maçom para o saber.
Quer conhecer as palavras de reconhecimento mútuo dos maçons? Por quem é, não seja por isso, arme-se de um pouco de paciência, leia uns livros, encontre umas obras onde estão transcritos rituais antigos e faça favor! Nunca ouviu dizer que os maçons preservam a Tradição? Então, basta tirar a consequência: o que se fazia antigamente continua válido agora... Mas, o quê? Ser maçom só para tomar conhecimento dessas palavras sem ter de ter o trabalho de procurar? Meu caro, a Preguiça é um Pecado Mortal... Se é só por isso que quer ser maçom, os maçons não querem preguiçosos no seu seio... E - acredite em mim! -, garanto-lhe que vai ter muito mais trabalho e demorar muito mais tempo para tomar conhecimento dessas palavras, grau por grau, do que se ler nos livros certos. Está tudo publicado!
Quer conhecer os sinais secretos dos maçons? Mau caro, o You Tube preenche-lhe o anseio! Siga este atalho e ei-los, não ao vivo e a cores, mas em filme e a preto e branco! Não lhe garanto que tudo o que vir esteja certo, mas posso afirmar-lhe que algo do que vir o está...
Portanto, caro curioso, se é a curiosidade que o move a ser maçom, esqueça! Tem outros meios de a satisfazer!

47º Problema de Euclides - Como esquadrejar o esquadro ***

Tradução José Antonio de Souza Filardo M.´. I .´.


O 47º Problema de Euclides, também chamado de 47ª Proposição de Euclides, assim como o Teorema de Pitágoras é representado por 3 quadrados.

Para o maçom especulativo, o 47º Problema de Euclides pode ser um pouco misterioso. Muitos livros maçônicos simplesmente o descrevem como “Um amor geral pelas Artes e das Ciências”. No entanto, deixar sua explicação como isso seria a omissão de um tema que é muito importante … não só do luz da teoria de Pitágoras, mas do Esquadro Maçônico.

Conta-se que Euclides, (o Pai da Geometria), que viveu várias centenas de anos depois de Pitágoras, trabalhou muito duro para resolver a equação 3:4:5 … e quando ele resolveu, gritou “Eureka!” .. . que significa “Encontrei!”. Ele então sacrificou uma hecatombe (oferta de sacrifício a deus de até 100 bois ou gado).

Ahhh … mas, é muito mais do que apenas a equação 3:4:5. A matemática é a chave para a compreensão do seu significado mais amplo e universal.

O Teorema de Pitágoras, também conhecido como o 47º Problema de Euclides ou 3:4:5:

“Em qualquer triângulo, a soma dos quadrados dos dois lados menores (catetos) é igual ao quadrado da hipotenusa”. (a hipotenusa de um triângulo reto… o que é a “perna” mais longa… ou o lado 5 do 3:4:5).

O Triângulo Reto, abaixo, mostra os lados de 3, 4 e 5. O ângulo criado entre os 3 (lado) e de 4 (lado) é o ângulo reto do esquadro.

Um pouco mais tarde, quando começarmos a construí-lo, (com estacas e cordas), você colocará suas estacas nos 3 cantos deste triângulo retângulo.


O quadrado de 3 é 9.

O quadrado de 4 é 16. A soma de 9 e 16 é 25. (25 representa a hipotenusa).

A raiz quadrada de 25 é 5.

Portanto, a equação é escrita: 3:4:5:

Quando escrever o quadrado dos 1ºs quatro números (1, 4, 9 e 16), vemos que, subtraindo cada quadrado do seguinte, ficamos com 3, 5 e 7.

Ok, vamos tentar.

1, 4, 9, 16

4-1 =3

9-4 = 5

16-9 = 7

3:5:7: Estes são os degraus na Maçonaria. Eles são os degraus da Escada Caracol que leva à Câmara do Meio, e eles são o número exigido de irmãos que constitui o número de mestres maçons necessário para abrir uma loja de:

Mestres: 3

Companheiros: 5

Aprendizes: 7

Estes são os números sagrados.

OK, fique comigo agora … a matemática mais importante acabou.

A essência do Teorema de Pitágoras (também chamado de 47º Problema de Euclides) é sobre a importância de se estabelecer um alicerce arquiteturalmente verdadeiro (correto) com base na utilização do esquadro.

Porque isto é tão importante para os Maçons especulativos, que só tem um esquadro simbólico e não o esquadro real (a ferramenta) de um maçom operativo?

O 47º Problema de Euclides é a equação matemática (o conhecimento) que permite a um Mestre Maçom:

“Esquadrejar seu esquadro quando ele fica fora de esquadro.”

…Eu ouvi isso! Você está dizendo a si mesmo: “Por que isso é tão importante para MIM no mundo de hoje … a menos que eu seja um carpinteiro? A casa de materiais de construção fica logo ali na esquina. ”

Como Criar um esquadro perfeito usando o 47º Problema de Euclides

O conhecimento de como formar um esquadro perfeito, sem a menor possibilidade de erro tinha a maior importância na arte de construir a partir desde o tempo dos Harpedonaptae, (e antes). Harpedonaptae, literalmente traduzido, significa “esticadores de corda” ou “amarradores de corda” do Egito antigo (muito antes do Templo de Salomão ser construído).

Os Harpedonaptae eram especialistas em arquitetura que eram chamados para lançar os alicerces dos edifícios. Eles eram altamente qualificados e utilizavam a astronomia (as estrelas), assim como cálculos matemáticos, a fim de traçar ângulos retos perfeitos para cada edifício.

No museu de Berlim há uma escritura pública, escrita em couro, que remonta a 2.000 A.C. (muito antes do tempo de Salomão), que fala sobre o trabalho destes esticadores de cordas.

Historicamente, a pedra angular de um edifício era colocada no canto nordeste do edifício. Por que no nordeste?

Os antigos construtores primeiro definiam as linhas do Norte e do Sul através da observação das estrelas e do sol … especialmente da o Estrela do Norte, (Polar), que eles acreditavam naquele tempo ser fixa no céu.

Só depois que estabelece uma linha do Norte – Sul perfeita, eles podiam utilizar o esquadro para estabelecer linhas Leste e Oeste perfeitas para suas fundações.

O 47º Problema de Euclides estabelecia estas verdadeiros linhas Leste e Oeste, de modo que os esticadores de corda pudessem determinar um ângulo de 90 graus perfeito em relação à linha Norte / Sul, que eles tinham estabelecido usando as estrelas.

Se você quiser executar isto sozinho, é realmente muito fácil … e depois de obter as partes necessárias, seria uma grande peça de arquitetura instrutiva a ser apresentada à sua loja.

As instruções são mostradas abaixo, mas é mais fácil seguir as instruções de forma passo-a-passo (com um barbante e hastes à mão) do que apenas lê-las, para uma completa compreensão.

Melhor ainda, imprima os itens número 1 a 4, abaixo e, em seguida, prepare suas hastes e seu barbante.

Quando terminar, como Euclides, (que se supõe fosse um Mestre Maçom), você também, provavelmente irá gritar “Eureka!”, … exatamente como eu.

O 47º Problema de Euclides

Ao contrário dos Harpedonaptae, você não tem como estabelecer o verdadeiro Norte e o Sul … a menos que você use uma bússola. Mas uma bússola não é necessária para esta demonstração.

No entanto, você SERÁ CAPAZ de criar um esquadro perfeito … apenas com paus e barbante, exatamente como os nossos antepassados fizeram.

Você precisará de 4 estacas finas que sejam fortes o suficiente para enterrar em solo macio, 40 polegadas (1 metro) de barbante e um marcador de tinta preta. Na verdade, qualquer comprimento serve, mas esse tamanho é muito manejável.

Quanto maior a fundação que o Maçom pretendia construir, naturalmente, mais longa a sua corda (barbante) teria de ser.

1. Coloque sua 1ª estaca deitada no chão de modo que uma ponta aponte para o norte e a outra para o sul.

2. Em seguida, tome um barbante (é muito mais difícil se você usar corda) e ate nós a cada 3 polegadas (7,62 cm). Isto irá dividir a corda em 12 divisões iguais.

Amarrem as 2 extremidades da corda (este é o seu 12º nó) … novamente … lembre-se que de um nó até o outro deve haver 3 polegadas (7,62 cm). As divisões entre nós devem ser exatas e iguais, ou não vai funcionar.

O comprimento total de seu barbante é 36 ” ou 91,44 cm . Depois de você ter amarrado o nó das pontas, pode cortar o excesso do barbante.

Se tiver mais de 8 cm de barbante à esquerda ou menos de 8 cm de barbante à esquerda, você precisará medir o seu comprimento entre nós para certificar-se de que são iguais.

Sua corda agora, tem forma circular e tem 12 nós e 12 divisões iguais entre os nós. (veja o Triângulo Retângulo, novamente, abaixo)


Nota: Os Maçons Operativos antigos usavam corda; no entanto, porque muito do comprimento da corda é consumido pelo nó; se você usar corda, terá de usar uma peça mais longa, medir cada divisão, amarrar o seu nó, e, em seguida medir sua próxima divisão de 3 polegadas antes de cortar o comprimento de corda, ao invés da marcação toda a corda enquanto ela está esticada para então atar os nós.3. 2. Finque sua segunda estaca no chão ou perto do a ponta da estaca Norte ou Sul e ate um nó na estaca. Estique 3 divisões afastando-se em qualquer direção (9 polegadas) e finque a 3ª estaca no chão. Em seguida, fique a 4ª estaca no nó entre a 4ª parte e a 5ª divisão (12 polegadas).

Isso força a criação de um triângulo retângulo 3:4:5:. O ângulo entre 3 unidades e 4 unidades é, necessariamente, um esquadro ou ângulo reto.

4. Agora, mova suas estacas 3ª e 4ª até se tornarem um ângulo reto (90 graus) em relação à estaca posicionada na linha Norte / Sul.
Parabéns! Você agora não só tem a capacidade de enquadrar seu esquadro, mas de estabelecer um marco geometricamente correto para a sua nova fundação!


No entanto, o uso do 47º Problema de Euclides não termina aqui…

Aqui está o resto da história …

O Quadragésimo Sétimo Problema de Euclides no Mundo Atual

Com este simples equação geométrica 3:4:5 de como criar um ângulo reto de 90 graus:

1. O homem pode alcançar no espaço e medir a distância das estrelas … em anos-luz!

2. Ele pode fazer levantamento de terra, marcar fronteiras e construir toda e qualquer coisa sobre a Terra.

3. Ele pode construir casas, igrejas e edifícios, e com o conhecimento desta simples equação … ele pode começar a escavar em lados opostos de uma montanha e cavar um túnel reto através do centro dela … que se encontram exatamente no centro!

4. Ele pode navegar pelos oceanos e ser capaz de se localizar no meio da água (sem terra à vista) … E também é capaz de calcular até onde ele chegou, e quanto mais ele tem que viajar!

O 47º Problema de Euclides, também conhecido como a 47ª Proposição de Euclides … ou Teorema de Pitágoras ensina cada um de nós a não ser apenas amantes gerais das artes e das ciências, mas a se maravilhar com o conhecimento com o qual você pode tomar um pedaço de corda e 4 estacas … e ser capaz de encontrar o seu caminho de casa … a partir de qualquer local na Terra, no mar ou nos céus.

O 47º Problema de Euclides representa um símbolo tão perfeito da maçonaria … englobando tanto arte quanto a ciência, que o simples conhecimento dele exige uma reverência estonteante à qual só podemos curvar nossas cabeças em reverência à perfeição, a universalidade e a infinita sabedoria daquilo que nos foi dado por Deus.

Com o conhecimento desta simples equação geométrica, (fornecida pelo 47º Problema de Euclides), a palavra “Eureka!” quase empalidece em expressar a competência fundamental com que o nosso Criador nos equipou!

…E tudo começa por simplesmente aprender a esquadrejar o esquadro.

Oh !…, e uma última coisa que você também aprendeu (mas pode não ter percebido ) …

Esta é a razão pela qual os antigos esquadros de carpinteiro eu você viu ou ouviu falar tem uma perna mas longa. Suas “pernas” foram criadas usando a parte “3” e “4” da equação 3:4:5 (o 5 é a hipotenusa), utilizando o 47º Problema de Euclides. As “Pernas” de comprimento igual em esquadros modernos são technologia relativamente “nova” …


Agora, dê uma outra olhada no símbolo maçônico do 47º Problema de Euclides, acima. Você verá que o quadrado no canto superior esquerdo mede 3 unidades em cada um dos seus lados; o quadrado no canto superior direito mede 4 unidades em cada um dos seus lados e o quadrado de baixo mede 5 unidades em cada um dos seus lados.

Você pode ver agora o triângulo retângulo (espaço branco no meio), que é cercado pelas 3 “caixas”.

Deste dia em diante, quando você vir esta imagem gráfica denotando o 47º Problema de Euclides, … este símbolo maçônico, ele não parecerá apenas 3 caixas pretas com aparência estranha para você. Você verá a equação 3:4:5 e o esquadro (ângulo reto) dentro deles, e saberá que você tem o poder de esquadrejar seu esquadro *** dentro de sua própria Câmara do Meio.

…E ESTE é o resto da história!


*

* *

*** N.doT. – Esquadrejar o esquadro (“square the square”) em inglês tem mais ou menos o mesmo sentido que desbastar a pedra bruta em português.

sábado, 12 de novembro de 2016

CIRCULO DE UNIÃO

*FRANCISCO ARIZA
Tradução: Sérgio K. Jerez


A cadeia de união é sem dúvida alguma um dos símbolos mais significativos de entre todos os que decoram a Loja maçônica. Trata-se de um cordão que rodeia todo o templo em sua parte superior. Esta situação no "alto" lhe dá uma conotação celeste, confirmada pelos doze nós que aparecem de trecho em trecho ao longo de todo o cordão, os quais simbolizam os doze signos do zodíaco. Esses nós correspondem, além disso, às doze colunas que exceto pelo lado de Oriente também rodeiam o recinto da Loja. Cinco dessas colunas estão situadas no lado do Setentrião, outras tantas ao Meio-dia, e as duas restantes -as colunas J e B- no Ocidente.

Para compreender esta simbólica teríamos que ter em conta que a Loja é, antes de tudo, uma imagem do mundo, e como tal deve existir nela uma representação do que constitui o próprio "marco" do cosmos, que é propriamente o zodíaco. Muitos recintos ou santuários sagrados - do mesmo modo que as cidades edificadas segundo as regras da arquitetura tradicional -, sendo a projeção na terra da ordem celeste, estão de uma ou outra maneira "marcados" pelas constelações zodiacais. É o caso, por exemplo, do Ming-Tang chinês, do Templo de Jerusalém (e seu arquétipo, a Jerusalém Celeste), de muitas fortalezas templárias, e de construções tão antigas como é o crómlech megalítico de Stonehenge. Dessa forma, os maçons operativos, e em geral os artesãos construtores de qualquer sociedade tradicional, se serviam de um cordão para determinar a posição correta dos templos ou catedrais, que sempre, e de forma invariável, estavam orientados segundo as direções do espaço assinaladas pelos quatro pontos cardeais, exatamente igual à Loja. Pois bem, como menciona René Guénon "... entre as funções de um 'marco' quem sabe a principal seja manter em seu lugar os diversos elementos que contém ou encerra em seu interior de modo a formar com eles um todo ordenado, o qual, como se sabe, é a própria significação da palavra 'cosmos'. Esse 'marco' deve pois, de certa maneira, 'ligar' ou 'unir' esses elementos entre si, o que está formalmente expresso pelo nome de 'cadeia de união', e inclusive disso resulta, no que se refere a ela, seu significado mais profundo, pois como todos os símbolos que se apresentam em forma de cadeia, cordão ou fio (todos eles símbolos do eixo) se referem definitivamente ao sûtrâtmâ".1 Por conseguinte, a cadeia de união maçônica viria a significar, considerada do ponto de vista metafísico, exatamente o mesmo que a "cadeia dos mundos": um símbolo que resume o conjunto de todos os estados, seres e mundos que formam a manifestação universal, os quais subsistem e estão ligados entre si pelo "fio de Atmâ" (sûtrâtmâ), ou seja por seu hálito ou espírito vivificador. 


Por outro lado, a cadeia de união é também a corda com nós (ou houppe dentelée) que aparece figurada nos "quadros de Loja" maçônicos, mais concretamente nos pertencentes aos graus de aprendiz e de companheiro. A significação simbólica de tal corda é idêntica à da cadeia de união, mas, ao mesmo tempo, e vinculado especificamente com o simbolismo do quadro de Loja, haveria que se considerar também outro aspecto importante dela: o que tem como função "proteger", além de "unir" e de "ligar", os símbolos e emblemas que aparecem desenhados no quadro, o que é considerado como um espaço sacralizado, e por tanto inviolável. Neste sentido, a idéia de "proteção" está incluída no simbolismo dos nós e das ligaduras, que por suas respectivas formas relembram o traçado dos dédalos e labirintos iniciáticos. Na simbólica universal, o labirinto, além de estar relacionado com as "viagens" e as provas iniciáticas, também tem como função a defesa e proteção dos lugares sagrados ou centros espirituais, impedindo o acesso aos mesmos pelos profanos que não estão qualificados para receber a iniciação. Porém a defesa se estende igualmente (e poderíamos dizer que principalmente) a impedir o acesso às influências sutis do psiquismo inferior, que por seu caráter especialmente dissolvente representam um claro perigo que deve ser controlado e evitado a todo custo, pois por meio dessas influências se introduzem determinadas energias maléficas e caóticas destinadas a destruir, ou no melhor dos casos a debilitar, os próprios centros espirituais e as organizações tradicionais ligadas a eles, e conseqüentemente a impedir dentro do possível a comunicação com as influências verdadeiramente superiores, das quais esses centros e organizações foram - e são - precisamente, o suporte. E ao fio desta última reflexão, quem sabe seria demais assinalar os perigos de dissolução (ou de petrificação, pois no caso dá no mesmo) que na atualidade espreitam a Maçonaria, já que é a todas luzes evidente que esta organização tradicional se tem visto submetida a uma paulatina extirpação da dimensão iniciática e esotérica de seus símbolos e seus ritos. E o que é talvez mais lamentável é que essa ação foi levada a cabo muitas vezes por maçons que não compreenderam que é precisamente graças a esses símbolos e ritos (revelados na origem e transmitidos ao longo do tempo) que a Ordem maçônica adquire seu pleno sentido, pois eles constituem suas senhas de identidade, o que tal Ordem é em si própria, e não poderia deixar de ser, a menos de seja para ficar totalmente desvirtuada e vazia de conteúdo essencial. Para que essa situação não chegue a ser irreversível, pensamos que se faz necessário que os maçons de espírito tradicional (isto é, aqueles que consideram que a Maçonaria pertence e é uma ramificação da Tradição Primordial e portanto uma via de realização do Conhecimento) restituam de novo o sentido cosmogônico e metafísico de seu legado simbólico-ritual, começando por considerar que a cadeia de união é, efetivamente, o "marco" celeste que delimita, separa e protege o "mundo da luz" do "mundo das trevas", o sagrado de o profano. 

Além da corda com nós que rodeia a Loja e o quadro, existe um rito na Maçonaria que também recebe o nome de cadeia de união. Trata-se daquele que está constituído pelo entrelaçamento que formam as mãos, com os braços entrecruzados, de todos os integrantes da oficina, o qual, precisamente, tem lugar ao redor do quadro da Loja e dos três pilares da Sabedoria, a Força e a Beleza momentos antes de encerrar os trabalhos. Em primeiro lugar, há que se dizer que e a cadeia de união é um dos ritos maçônicos que mais diretamente aludem à fraternidade maçônica, a qual, de fato, está sustentada nos laços de harmonia e concórdia que ligam todos os maçons entre si. Daí o porquê de se denominar os nós da corda também de "laços de amor", pois o amor, entendido na sua mais mais alta significação, é a força que concilia os contrários e resolve todas as oposições na unidade do Princípio. Tal fraternidade representa, portanto, o próprio fundamento sobre o qual se apóia a própria organização iniciática e tradicional. Neste sentido, o entrelaçamento de mãos e braços configura uma trama cruciforme que evoca a imagem de uma estrutura fortemente coesa e organizada.


Mas este rito se realiza, fundamentalmente, para dirigir uma prece ou invocação ao grande Arquiteto, sendo nessa invocação onde reside seu sentido profundo e sua razão de ser. Por isso, prescindir da prece como sucede em muitas lojas atuais, pelo mero fato de ignorá-la ou por considerá-la um ultrapassado anacronismo, provoca inevitavelmente o empobrecimento do próprio rito, ficando este, como conseqüência, reduzido praticamente a quase nada. Não obstante, na antiga Maçonaria operativa, a prece e as invocações dos nomes divinos formava parte constitutiva do rito e dos trabalhos simbólicos; e precisamente ela se realizava na cadeia de união e ao redor do quadro da Loja, com o qual se confirma o papel verdadeiramente "central" que este último sempre desempenhou na Maçonaria.

De modo geral, a cadeia de união começa e termina no Venerável Mestre, e é ele, como a máxima autoridade da Loja, o que dirige a invocação ao grande Arquiteto. Vejamos a seguir um exemplo desta segundo é de uso ainda entre alguns Ritos maçônicos que seguiram conservando parte do legado operativo: "Arquiteto Supremo do Universo!; Fonte única de todo bem e de toda perfeição!; Oh Tú! Que sempre obrastes para a felicidade do homem e de todas Tuas criaturas; te damos graças por Teus paternais beneplácitos, e te conjuramos para que os concedas a cada um de nós, segundo Tuas considerações e segundo nossas necessidades. Espalhe sobre nós e sobre todos nossos Irmãos Tua celeste Luz. Fortifica em nossos corações o amor pelas nossas obrigações, a fim de observá-las fielmente. Que possam nossas reuniões estar sempre fortalecidas em sua união pelo desejo de Teu prazer e para fazer-nos úteis a nossos semelhantes. Que elas sejam para sempre a morada da paz e da virtude, e que a cadeia de uma amizade perfeita e fraterna seja sempre tão sólida entre nós que nada possa alterá-la. Assim seja". 


Por conseguinte, e segundo se depreende desta oração maçônica, a união encadeada e fraterna se converte no suporte horizontal e psicossomático (terrestre), sobre o qual "descerão" - estimulados pela prece - os beneplácitos (bendições) da influência espiritual ou supra-individual 

-"Tua celeste Luz"-, possibilitando assim uma via de comunicação axial entre o céu e a terra, ou como se diz em linguagem maçônica, entre a Loja do Alto e a Loja de Baixo. Quer dizer que através da invocação o que se pretende essencialmente é a comunicação com as energias celestes (as Idéias ou atributos criadores do Arquiteto universal) cuja ação espiritual conformou - e conforma permanentemente - a realidade simbólica, ritual e mítica (ou seja, cosmogônica e metafísica) da organização iniciática. Ao mesmo tempo, no rito da cadeia de união se concentra a entidade coletiva constituída por todos os antepassados que realmente participaram na Tradição e seu conhecimento, e dos que se diz que moram no "Oriente Eterno" (a Loja celeste). 

Tal entidade se faz una em comunhão com seus herdeiros atuais, isto é, com os maçons que, havendo recebido e compreendido (na medida que for) a mensagem de seu legado tradicional, contribuem hoje em dia para mantê-lo vivo e atuante. Neste sentido, a cadeia de união também está simbolizando a cadeia iniciática da tradição maçônica (e por analogia a de todas as tradições), cuja origem é imemorial, como o é da mesma forma a mensagem que ela foi transmitindo ao longo do tempo e da história. 


As individualidades, ou melhor, a idéia do individual e do particular que cada componente da cadeia pudesse ter de si mesmo, desaparece como tal para formar um só corpo que vibra e respira a uma própria cadencia rítmica. A cadeia de união cria assim um círculo mágico e sagrado onde se concentra e flui uma força cósmica e teúrgica que assimilada por todos os integrantes lhes permite participar do verdadeiro espírito maçônico e de sua energia salutar e regeneradora.

Não é então de se estranhar que durante o transcurso do rito da iniciação, o neófito receba simbolicamente a "luz" integrado na cadeia de união, o que é perfeitamente coerente em uma tradição na qual o rito e o trabalho coletivo desempenham uma função eminente como veículos de transmissão da influência espiritual.